Alê Souto, que já expôs seu trabalho em outros países como México e Estados Unidos, traduz sua poética nômade, efêmera e urbana nessas duas obras.
Em “Empilhamento” o espectador pode circular entre os volumes que estão uns dentro dos outros, fazendo uma metáfora às grandes cidades, onde o formato cubo se multiplica diversas vezes em seu cenário, e interagir com esses formatos dentro da peça. Assim, ao longo desse processo, é descoberto o próprio processo da obra, encaixando, inserindo, cubo, papelão, corpo e espaço. Inspirado nos escritos de Kevin Lynch, esse o é fruto de pesquisas com volume, desenho e forma do autor.
Já em “O Caminhante e sua metrópole móvel”, fruto de uma pesquisa de 4 anos onde transitou por várias metrópoles, o artista foi inspirado por personagens urbanos como homeless, hunters e punks, mas também por dois cavaleiros medievais errantes: Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, e o Cavaleiro Inexistente, de Ítalo Calvino. Nela, esse caminhante carrega sua metrópole móvel, construída em papelão, que é o material de maior descarte dessas grandes cidades, e acaba voltando a seu fluxo de forma poética e plástica. A explicação é que, assim, o caminhante e a sua metrópole móvel estão fundidos em um só, em constante mutação e movimento, remetendo à busca e peregrinação presentes na história da humanidade.
* ABERTURA DA EXPOSIÇÃO COM O ARTISTA DIA 06/07 ÀS 19H *