*Não terá espetáculo no dia 13/12, somente nos dias 06, 07, 08, 14 e 15/12*
Humor e erotismo se encontram na volta de Fernanda Torres, pela primeira vez na Cidade das Artes. A atriz estreia nova temporada de “A Casa dos Budas Ditosos”, de João Ubaldo Ribeiro, de 06 a 15 de dezembro, somente seis apresentações: de sexta a domingo. A montagem tem direção e adaptação de Domingos de Oliveira.
Sinopse – Na montagem, Fernanda Torres interpreta uma libertina baiana de 68 anos que detalha as incontáveis experiências sexuais que teve ao longo da vida. Durante noventa minutos conta histórias de uma mulher que deseja dizer ao mundo que ousou cumprir sua vocação libertina e foi feliz. Em cena, a atriz recorda as peripécias dessa mulher, contadas com muito humor.
Concepção – Quando Domingos de Oliveira, leu pela primeira vez a obra de João Ubaldo percebeu imediatamente o valor dramático do texto. A Casa dos Budas Ditosos é um livro escrito na primeira pessoa. Nasceu teatro porque é oral e é oral porque, segundo o próprio João Ubaldo, nas primeiras páginas do livro: “é impossível falar sobre sexo na terceira pessoa”.
Para viver a personagem, Domingos pensou que "precisava de alguém que soubesse transitar por todas as idades, pelas diversas fases da personagem”. Ao diretor, pareceu que uma atriz que estivesse “entre os trinta e cinco e os quarenta e poucos, a melhor idade na vida de qualquer mulher”. Segundo a baiana do livro, seria o ideal para criar essa diversidade.
Esse artifício, simples e não realista, de ter uma atriz nessa faixa etária, vivendo uma mulher de idade que se lembra de todas as suas idades, acabou por acentuar o discurso libertário da baiana de João Ubaldo. Quem prega, confessa, ri é a mulher no seu ideal, é uma imagem projetada e viva. Essa ilusão contribui para que a viagem sexo-sensorial, proposta por João Ubaldo, aconteça plenamente no teatro. É impossível ficar indiferente à seleção de homens e mulheres que a baiana evoca, como também é impossível, ao evocá-los, deixar de passar em revista o seu próprio memorial afetivo. Esse efeito colateral, talvez, seja a grande experiência sensorial do espetáculo.