Espetáculo solo de Clara Serejo estreia em julho na Cidade das Artes: um convite a transformar os banzeiros da existência em travessia cênica e poética.
O rio nunca esteve só. Ele carrega em suas águas a memória dos que vieram antes, dos que se fizeram chuva, dos que se tornaram floresta. Banzeiro é como o povo do Xingu chama o território de brabeza do rio. É onde com sorte se pode passar, com azar não. É um lugar de perigo entre de onde se veio e aonde se quer chegar.
Agora, feche os olhos. Se deixe levar pelo banzeiro e o balanço imprevisível das águas. O novo espetáculo que estreia no Rio, idealizado pela atriz carioca Clara Serejo, propõe justamente isso: uma travessia íntima, profunda, por vezes turbulenta — como tantas que fazemos ao longo da vida.
“Lidar com minha própria crise climática me levou de encontro a um banzeiro, que, com sorte, me levou até o teatro. Sou grata ao teatro que sempre me salvou. A arte sempre salva”, compartilha Clara Serejo, atriz da peça e que estreia como dramaturga.
Banzeiro é um espetáculo solo, inédito, dirigido por Ana Luiza Magalhães, inspirado em pesquisadores, cientistas e artistas que investigam o antropoceno e como a arte pode se relacionar com o tema. Com aproximadamente 1 hora de duração, é um chamado para lembrar que nunca deixamos de ser parte da terra, mesmo quando tentam nos fazer esquecer.
É a atriz que se oferece como corpo-território, abrindo paisagens da própria vida para tocar questões que são de todos nós: o que nos atravessa? O que tentamos esquecer? Quais sonhos nos habitam?
Neste trabalho, o teatro é nossa travessia e rito de passagem. A cada cena, somos convidados a atravessar também os nossos próprios banzeiros: as dúvidas, os lutos, as reinvenções, os encontros consigo e com os outros.
Banzeiro é sopro de memória, é chão movediço, é corpo em rito. É o risco da mudança na direção da graça. Sim, há algo de fim do mundo nesse espetáculo. Mas também há esperança. Há o desejo de adiar esse fim ao contarmos outras histórias — mais conectadas, mais humanas, mais verdadeiras.
Como sugere Ailton Krenak, “contar uma história é uma maneira de se adiar o fim do mundo”.O convite está feito: entre, respire e deixe este rio te navegar.
Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc, apresentam:
Espetáculo: Banzeiro
instagram.com/banzeiro2025
Ficha técnica:
Atuação e Dramaturgia: Clara Serejo
Direção: Ana Luiza Magalhães
Interlocução Dramatúrgica: Júlia
Portes Direção de Arte: Paula Cruz
Design: Jota Andrade
Trilha Sonora: Alexandre Brasil
Direção de Produção: Gabriela
Carriço Fotografia: Rafa Chlum
Vídeos: Dom Lobo
Comunicação: Amanda Sul