ITER KRIMINIS
Iter krimĭnis/ locução substantivo/ JUR: a sucessão dos vários atos que devem ser praticados pelo criminoso para atingir o fim desejado. (dicionário Aurélio)
Iter criminis é uma expressão em latim, que significa "caminho do crime", utilizada no direito penal para se referir ao processo de evolução do delito, ou seja, descrevendo as etapas que se sucederam desde o momento em que surgiu a ideia do delito até a sua consumação. (Wikipedia)
Quem é o assassino antes dele se tornar assassino? O que se passa na sua cabeça antes de cometer o crime? Quais suas motivações, seus percursos e objetivos? É isso que investiga o espetáculo ITER KRIMINIS, retratando breves momentos da vida de alguns dos maiores assassinos de todos os tempos, reais e fictícios. Inspirada na literatura de grandes autores, como Dostoievski e Shakespeare, e também em crimes reais que se tornaram icônicos, a peça é uma instalação que acontece em uma galeria de arte, onde os atores fazem suas performances dispostos pelo espaço como obras em exposição de um museu. Dessa forma, o público é convidado a transitar e observar de perto esses indivíduos, marcados por tudo aquilo que se passa no momento anterior ao crime.
A peça/instalação foi idealizada pela diretora, atriz e produtora Julia Carrera, e contou com pesquisa de dramaturgia de Geovana Metzger como dispositivo criativo para o elenco formado por doze atores, cada um personificando uma história, mais uma guia que conduz o público pela visita. ITER KRIMINIS é uma experiência provocadora e contemporânea, procurando iluminar um lado obscuro do ser humano, íntimo e velado. Ao entrar na sala o público recebe equipamento de segurança, além de ouvir atentamente às orientações da guia da visita. Em seguida o público é convidado a conhecer/apreciar cada peça/instalação, observando mais intimamente cada personagem e sua situação. Como numa galeria de arte, a música ambiente e assentos distribuídos pelo espaço oferecem ao espectador a sensação de calma e introspecção para a fruição do ambiente. Evocando também o conceito dos reality shows, estes personagens se deixam ser observados, contam suas histórias para um interlocutor desconhecido, sem julgamento ou redenção. A ideia é levar o espectador a penetrar no mundo íntimo de cada um e investigar o impulso, o fio condutor que poderia levar ao crime, num ambiente mais humano do que esperaríamos. Apesar do universo sombrio, a peça torna-se leve à medida que mostra situações banais da vida daqueles personagens, chegando ao humor tragicômico muitas vezes.
ITER KRIMINIS é uma produção do Grupo Novo de Teatro, um coletivo de teatro reunido por Julia Carrera e formado por um grupo de atores em diferentes momentos da profissão, reunidos pelo objetivo comum de trazer ao público espetáculos de qualidade, fruto de uma pesquisa e dedicação contínuas.
Doutoranda em História do Teatro pela UNIRIO, Mestre em Artes da Cena pela Escola de Comunicação da UFRJ, cria do Teatro O Tablado, Julia Carrera é atriz, diretora e produtora há 17 anos. Atuou e produziu espetáculos como DESAPARECIDA, texto e direção de Alessandra Vannucci (2015 e 2016), TPM KATRINA, texto e direção de Paulo Coronato (2012), CYRANO DE BERGERAC, direção de João Fonseca (2011), TEMPO DE COMÉDIA, direção de Eliana Fonseca (2010) e OVO FRITO, direção de Moacir Chaves (2005 a 2008), entre outros. Entre suas principais produções destacam-se RENATO RUSSO, direção de Mauro Mendonça Filho (2006 a 2010) e “OS NÁUFRAGOS DO LOUCA ESPERANÇA”, com o Théâtre du Soleil e direção de Ariane Mnouchkine, marcando a primeira vinda da companhia francesa ao Rio de Janeiro em 2011. Entre seus últimos projetos estão a administração do Teatro O Tablado (2014 a 2017) e a implementação, coordenação e direção pedagógica da Escola de Atuação de Aguinaldo Silva, que funcionou no Theatro Net Rio em 2016 e 2017 (onde deu aula para mais de 200 alunos). Atualmente Julia está à frente da sua própria escola de atuação, a Escola Mutatis, em parceria com as unidades do Teatro Eva Herz da Livraria Cultura no eixo Rio- São Paulo, em funcionamento desde 2017, além coordenar projetos audiovisuais na área de sociedade, cultura e comportamento da Canal Azul, produtora sediada em São Paulo há vinte anos, com direção de Ricardo Aidar.
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia: Geovana Metzger
Direção e idealização: Julia Carrera
Assistência de direção: Geovana Metzger
Coordenação de produção: Manoel Borges
Elenco:
Fábio Moraes
Fernanda Becker
Francisco de Assis
Geovana Metzger
Géssyca Mendes
Gillian Villa
Julielson Lima
Leda Ribas
Manoel Borges
Marcia Dutra
Thiago Sol
Figurino: Géssyca Mendes e Fábio Moraes
Caracterização: Fernanda Becker
Iluminação: Katia Muniz Barreto
Som e Cenário: O grupo
Produção: Francisco de Assis, Julielson Lima, Márcia Dutra e Thiago Sol
Assessoria: Julie Duarte
Redes sociais: Fernanda Becker
Fotografia: Gillian Villa