Em quatro anos de atividades, projeto dirigido por Simone Leitão apresenta pela primeira vez repertório romântico
No dia 8 de dezembro, o projeto Academia Jovem Concertante, criado e dirigido pela pianista Simone Leitão, se apresenta aqui na Grande Sala da Cidade das Artes. Em seguida segue para Búzios, com apresentação no dia 10, na Praça Santos Dumont, e encerra as atividades de 2016 no dia 11 de dezembro, com concerto no Palácio de Cristal, em Petrópolis.
Para está etapa foram selecionados 45 jovens que participarão de um intenso período de ensaios do dia 3 a 8 de dezembro, regidos pelo violinista e maestro Daniel Guedes.
De acordo com a proposta acadêmica da Academia Jovem Concertante, convidamos o clarinetista e professor da Escola de Música do Porto, Nuno Pinto para trabalhar especificamente os sopros. Será oferecida masterclass de clarineta, durante o período de trabalho na Cidade das Artes, ministrada pelo músico português.
Programa
M. C. GUARNIERI (1907 - 1993)
Abertura Concertante
A. DVORAK (1841 - 1904)
Sinfonia no. 8 em Sol Maior op. 88
S. RACHMANINOFF (1873 - 1943)
Concerto no. 2 para piano e orquestra em dó menor op. 18
Notas do programa
A obra brasileira será do grande compositor paulista e pai da primeira escola brasileira de composição: Mozart Camargo Guarnieri (1907 - 1993). Abertura Concertante foi composta em 1942 em homenagem ao compositor americano Aaron Copland. É uma obra vigorosa rica em nuances. Dividida em três seções com a forma ABA que pode ser vista igualmente como um Allegro de Sonata. Esta sua obra funciona como um prelúdio para sua obra sinfônica, demonstrando sua maturidade e maestria na arte da composição.
A 8ª Sinfonia do compositor Bohemio, Antonin Dvorak (1841 - 1904) composta em 1888, com forte enfase em melodias folclóricas como material base da composição. São quatro movimentos e a obra exige muito de cada músico, e a orquestra terá a oportunidade de mostrar toda sua habilidade, virtuosismo e lirismo.
O Concerto no. 2 para piano e orquestra do Russo Sergei Rachmaninoff (1873 - 1943), é provavelmente um dos concertos mais tocados em todo o mundo e o preferido absoluto do público. Foi composto em 1901 e dedicado ao psiquiatra do compositor que o guiou a sair de uma depressão que durou quase 5 anos. Essa foi a obra que o consagrou como compositor. Exige muito do pianista solista, mas os diálogos com a orquestra são material de primeira para trabalhar a musicalidade em grupo dos jovens e a colaboração dentro do idioma romântico.
Academia Jovem Concertante
A AJC estreou em 2012 com uma turnê que percorreu sete estados brasileiros. Com um trabalho intensivo de repertório orquestral variado, o projeto visa preparar o jovem músico para ser integrante de orquestras importantes do país. Por ser itinerante, o objetivo é levar a música sinfônica para lugares e espaços pouco explorados por essa forma de arte. Além disso, existe um grande enfoque no repertório da música de câmara, e os músicos têm a oportunidade de se apresentar em concertos didáticos.
Academia busca o formato inédito da itinerância e de constante renovação para promover um intercambio entre jovens estudantes de diferente regiōes e realidades sociais. A segunda missão é a formação de plateia: 60% dos concertos são gratuitos em praças públicas e espaços inusitados como canteiros de obra.
É importante frisar que Academia Jovem Concertante não é uma orquestra de formação, e atende como um laboratório/estágio, pois os “acadêmicos" devem estar no nível de pré-inserção no mercado de trabalho.
Simone Leitão
"Leitão, was the capable, note-perfect soloist." Lawrence Budmen, Miami Herald 2009.
"Técnica impressionante e um dedilhado cheio de vitalidade." Ayache, São Paulo 2013.
"Técnica fluente, paixão, precisão, controle infalivel. Uma artista nata." Harry Rolnick, Nova York 2015.
Com uma carreira ativa como recitalista, camerista e solista de orquestras nas Américas, Europa e Ásia, Simone Leitão é uma das mais atuantes pianistas brasileiras. A artista é conhecida por sua performance intensa, ampla capacidade técnica, forte direção rítmica e personalidade, mas também vem ganhando notoriedade por divulgar a música clássica brasileira no exterior através do projeto Brasil Classical Series e por idealizar programas culturais e sociais que “popularizam” a música erudita no Brasil, como a Academia Jovem Concertante e a Semanas Internacional de Música de Câmara do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte.
Simone possui D.M.A. (Doctor of Musical Arts) em Piano Performance e História da Música pela Universidade de Miami (Estados Unidos), Mestrado pela NorgesMusikkhögskole (Academia de Música da Noruega, Oslo) e Bacharelado em Música pela Uni-Rio. Sua tese de doutorado foi sobre Momoprecoce para piano e orquestra de Villa-Lobos.