Dimitri Vassilakis, piano
No Dia Nacional da Cultura, um tributo a Pierre Boulez
Programa
- Arnold Schoenberg - 3 peças para piano op. 11 ( 14’ )
- Pierre Boulez - 12 Notations ( 10’ )
Primeira Sonata ( 9’ )
( Intervalo )
- Claude Debussy : 3 Estudos :
' pour les arpèges composés '
' pour les agréments '
' pour les sonorités opposées ' ( 14’ )
- Pierre Boulez : Terceira Sonata ( 17’ )
Incises ( 11’ )
Dimitri Vassilakis nasceu em Atenas em 1967, onde começou seus estudos de música. Formou-se no Conservatório Nacional Superior de Música, de Paris, tendo alcançado a nota máxima ‘com louvor’, por unanimidade do júri, em piano, música de câmara e acompanhamento. No Conservatório foi aluno de Gérard Frémy, Monique Deschaussées e György Sebök, dentre outros.
Ele é solista do prestigiado Ensemble Intercontemporain, desde 1992, tendo trabalhado diretamente com Pierre Boulez, de quem fez a première mundial de ‘Incises’, constante da coletânea - Deutsche Grammophon -, com o registro das obras completas do compositor.
Seu repertório se estende de J.S.Bach - com inúmeros registros fonográficos das ‘Variações Goldberg’ e do ‘Cravo Bem Temperado’ - à música de vanguarda, incluindo a obra completa para piano de Pierre Boulez e Iannis Xenakis.
Pierre Boulez maestro e compositor francês, uma das mais proeminentes personalidades da música experimental na segunda metade do século XX, faleceu aos 90 anos, em janeiro de 2016.
Nascido na cidadezinha de Montbrison, nas cercanias de Lyon, em 1925, Boulez estudou matemática e, a seguir, transferiu-se para o Conservatório de Paris, onde foi um dos mais introspectivos e brilhantes estudantes.
No pós-guerra, ele integrou um grupo de compositores reunidos em torno do também francês Olivier Messiaen (1908-1992), que procurava superar o impasse que havia chegado a música de vanguarda da Escola de Viena.
Entre as mais conhecidas composições de Boulez estão “Le Marteau sans Maître”, de 1954, e “Pli Selon Pli”, de 1957.
Ele também passou a se dedicar à regência, impondo-se com um estilo que deixava transparecer, mesmo em repertórios românticos (Brahms ou Berlioz) ou do século XX (sobretudo Stravinsky e Bartok), uma visão extremamente racional sobre a organização dos sons.
Boulez foi a antítese dos maestros excessivamente adocicados, que procuraram obter reações emocionais da plateia.
A leitura de Boulez foi revolucionária na medida em que os motivos temáticos com que Richard Wagner construía suas óperas - nele, não havia mais separação em árias, duetos, trechos fundamentalmente orquestrais - eram vistos como sinalizações para que se aumentasse ou se diminuísse a velocidade com que a música se desenvolvia em cena.