Pela primeira vez no palco sem o instrumento que o consagrou, músico apresenta canções próprias e releituras em voz, violão tenor, bouzuki e cavaquinho.
A série ‘Inusitado’ foi criada em 2013 com o objetivo de estimular artistas a saírem de suas zonas de conforto para criarem algo inédito em suas carreiras. Afinado com a ideia do projeto, o bandolinista Hamilton de Holanda propôs o desafio de subir ao palco pela primeira vez sem o instrumento que o transformou em um dos mais prestigiados nomes da música mundial contemporânea. A convite de André Midani, curador do projeto, o artista leva à Cidade das Artes, nos dias 01 e 02 de setembro, um show de 14 canções – executadas somente por ele – nos violões tenor e clássico, bouzuki, cavaquinho e voz.
“O que me motivou foi a possibilidade de fazer algo incomum, diferente e instigante. A ideia veio de uma reflexão de como eu viveria sem tocar o bandolim, que é meu instrumento principal, e como poderia fazer arte e me comunicar com as pessoas de outras maneiras”, conta. “São instrumentos que tenho em casa e toco de vez em quando pra mudar um pouco. Não toco tanto tempo como gostaria porque o bandolim já me dá um trabalho danado!”
Além da novidade dos instrumentos, a apresentação marca a estreia de Hamilton cantando sozinho num espetáculo onde a voz é parte fundamental do roteiro. E é a primeira vez também que ele interpreta “Eu e a lua”, com letra e música inteiramente de sua autoria, mais um fato inédito em sua carreira.
“É a primeira vez que componho sozinho uma canção não instrumental e, para mim, isso é um território novo. Com certeza será um momento de muita emoção”, revela.
O repertório inclui ainda algumas de suas composições instrumentais, parcerias com outros artistas, como Zélia Duncan, Thiago da Serrinha, Marcos Portinari e Diogo Nogueira, e músicas de Roberto Carlos, Waldir Azevedo, Bela Fleck, Pixinguinha e Edith Piaf. A seleção foi concebida a partir da sonoridade que cada um dos instrumentos sugeria.
“O bouzuki tem um som profundo, grave, e soa como um instrumento da cultura caipira, parecido com uma viola. O violão tenor, que é um pouco menor que um violão clássico, possibilita uma sonoridade cristalina, doce e, ao mesmo tempo, com um timbre de muita personalidade e força. Tem também o cavaquinho, querido instrumento que eu sempre tive por perto, mas nunca toco em shows. E eu queria encontrar músicas que mostrassem de alguma maneira a beleza de diferentes pontos de vista”, explica o músico.