Os Andes, como grandes Curacas, se tornaram imponentes atravessando grande parte da América do Sul, invadindo todo o território com crenças milenares, com seu clima frio, suas casas quentes, sua cultura única e dentro dela, sua música.
A música andina emula a vida deste lugar e sua estreita relação com a natureza. Por este motivo é fácil escutar instrumentos de vento que simulam os vendavais das charnecas andinas ou seus charangos feitos de quirquincho (Tatu) que como afirma o musico boliviano Florivio Alvis “são para o indígena um meio de comunicação as vezes mais claro e mais sincera que a própria palavra”.
É por isso que no Equador se tornou indispensável a criação de um grupo que interpretasse a vida e os sons da cultura andina. Desta forma e com a iniciativa de representantes de vários grupos, foi constituída a Orquestra de Instrumentos Andinos no ano de 1990, sob a regência de Rodrigo Paz, com aproximadamente 80 músicos. A OIA hoje conta com 38 integrantes dentre alguns de seus fundadores e novos músicos.
A OIA consolidou o gênero musical andino, mas expandiu o seu panorama permitindo a Orquestra interpretar qualquer tipo de música com arranjos específicos para seu grupo. Assim afirma Segundo Condor, membro fundador do grupo que ressalta que a OIA “tem sido uma janela aberta para expor a música dos novos compositores equatorianos, nos quais estou incluído, assim como todo gênero musical já que este grupo é muito versátil e interpreta partituras muito diversas”. A orquestra já se apresentou na Colômbia, Brasil, Peru, Chile, Rússia, Alemanha e México.
O tempo avança de forma cíclica, como o concebe o mundo andino e os frutos que hoje saboreiam são os esforços de ontem. É por isso que a OIA, este ano, segue mantendo a originalidade que sempre a caracterizou, assim como o esforço por compor e criar arranjos únicos em seu gênero e mantendo presentes as palavras do poeta Otavalenho Ariruma Kowii “sempre é bom ter os pés na cabeça (…) para que seus passos nunca sejam cegos”.