Uma carreira em ascensão já marcada por grandes consagrações: dois ECHO-Klassik (considerado o Grammy alemão), uma nomeação entre “Les Chocs du Mois” da extinta revista “Le Monde de la Musique”, dois prêmios da crítica discográfica alemã, e um prêmio Editors Choice Award, da revista Grammophone. A premiada violinista alemã Arabella Steinbacher estreia ao lado da OSB sob a regência do maestro titular da orquestra, Roberto Minczuk, em duas apresentações no Rio. No dia 22 de maio, às 20h, no Theatro Municipal, pela série Topázio; e no dia 24 de maio, às 16h, na Grande Sala da Cidade das Artes, pela série Cidade das Artes. No repertório dos dois concertos peças de Mussorgsky; Dvorák, que será solada por Steinbacher; e Rachmaninoff, com a obra “Sinfonia nº1 em ré menor, Op.13”, sendo interpretada pela primeira vez no país. Os ingressos para as duas apresentações já estão à venda nas respectivas bilheterias e no site Ingresso.com.
Minczuk destaca o talento de Arabella Steinbacher com quem já se apresentou em outros concertos. “Arabella é uma artista excepcional, talentosa e com qualidades técnicas únicas. Já tive o prazer de dividir o palco com ela há oito anos atrás e agora volto a encontrá-la para o concerto de estreia da temporada paulistana e, também, de estreia dela com a OSB. Apesar de nova, Arabella já tem um currículo marcado por grandes prêmios, o que a coloca na posição das principais violinistas do cenário clássico atual”.
Composta em 1867, a peça orquestral “Uma noite no monte calvo”, versão original de Mussorgsky, abre o concerto conferindo um ar de Halloween à apresentação. Inspirada na literatura e nas lendas russas, Mussorgsky criou uma peça ao redor do tema da seita das bruxas, conhecida como “Sabbat”. Junto com a obra “Sadko”, de Nikolai Rimsky-Korsakov, “Uma Noite no Monte Calvo” é um dos primeiros poemas sinfônicos de um compositor russo. Apesar do orgulho que Mussorgsky tinha de sua obra, seu mentor, Mily Balakirev, se recusou a tocá-la. Para salvá-la, o compositor criou versões para cantores solos, coro e orquestra, em dois projetos subsequentes. Entretanto a obra nunca foi interpretada em nenhuma das versões durante o tempo em que o compositor esteve vivo. Em 1886, Korsakov publicou um arranjo deste trabalho com o nome “Fantasia para orquestra” e é esta versão que ficou famosa no cenário clássico e, meio século depois, ganhou grande exposição ao ser tema do filme “Fantasia”, da Disney. A peça ainda é fortemente associada à celebração do dia das bruxas.
Arabella Steinbacher, ao lado dos músicos, sola a segunda peça da apresentação: “Concerto para violino, Op.53”, de Dvorák. Concebida entre maio e setembro de 1879, a primeira interpretação da obra foi em 1883 pelo violinista František Ondříček, em Praga. Dvorák compôs esta peça depois de seu encontro com o violinista, compositor e regente húngaro Joseph Joachim, em 1878, a quem dedicou a música. Mas, mesmo depois de uma revisão em 1880 com sugestões feitas pelo próprio Joachim, o homenageado não ficou satisfeito com a peça. Em 1882, Joachim devolveu o concerto a Dvorák, que o revisou novamente antes da prémiere em 1883. Apesar das insatisfações do passado, atualmente a composição é um repertório indispensável na carreira de um violinista profissional.
Ao final, OSB e Minczuk interpretam pela primeira vez no Brasil a “Sinfonia nº1 em ré menor, Op.13”, de Rachmaninoff, criada entre janeiro e outubro de 1895. Sua première se deu em São Petersburgo, em março de 1897, e não foi bem recebida pelo público por diversas razões, entre elas a fraca performance do regente russo Alexander Glazunov. Rachmaninoff posteriormente sofreu um colapso psicológico, mas não destruiu ou renegou a obra. Deixada na Rússia quando o compositor foi para o exílio em 1917, a música caiu no esquecimento. Em 1944, depois da morte de Rachmaninoff, partes isoladas da peça foram encontradas e usadas para reconstrução de toda a obra. A segunda performance da sinfonia se deu em 1945, no Conservatório de Música de Moscou, conduzida pelo maestro Aleksandr Gauk.
Roberto Minczuk, regência
Arabella Steinbacher – violino (estreia com a OSB)
Programa:
Mussorgsky - Uma noite no monte calvo (versão original)
Dvorak - Concerto para violino, Op.53
Rachmaninoff - Sinfonia nº1 em ré menor, Op. 13
Arabella Steinbacher vem sendo conhecida como uma das principais violinistas do cenário internacional, tocando com as maiores orquestras do mundo: Sinfônica de Boston, Orquestra Sinfônica de Londres, Orquestra Sinfônica de Chicago, Orquestra da Filadélfia, Orquestra Gewandhaus de Leipzig, Filarmônica de Munique, Orquestra de Cleveland, Orquestra Nacional da França, Orquestra Sinfônica Nacional em Washington, Filarmônica de Nova York, entre outras. Entre os maestros, a violinista já tocou sob a batuta de Riccardo Chailly, Colin Davis, Christoph von Dohnányi, Charles Dutoit, Herbert Blomstedt, Vladimir Jurowski, Zubin Mehta, Marek Janowski, Lorin Maazel, Neville Marriner e Yannick Nezet-Seguin.
A carreira de Steinbacher ganhou visibilidade em 2004, após uma extraordinária e inesperada estreia em Paris, quando teve que substituir uma colega em um concerto na cidade luz. Na ocasião, Steibacher tocou o concerto para violino de Beethoven junto com a Orquestra Filarmônica da Rádio Francesa, sob a regência de Neville Marriner. Seu diverso e profundo repertório inclui mais de 30 concertos para violino.
Além das inúmeras críticas positivas às suas gravações, Arabella possui ainda dois prêmios ECHO-Klassik (considerado o Grammy Alemão), uma nomeação entre “Les Chocs du Mois” da extinta revista Le Monde de la Musique, dois prêmios da crítica discográfica alemã, bem como um Editors Choice Award, da revista Grammophone.
Nascida em Munique, em 1981, no meio de uma família de artistas, Steinbacher começou seus estudos de violino aos três anos de idade. Aos nove anos se tornou a mais jovem aluna de violino de Ana Chumachenko na Academia de Música de Munique. Arabella se apresenta tocando um “Booth” Stradivari (1716).
Sobre Roberto Minczuk
Formado pela renomada escola de arte nova-iorquina Juilliard School, em 1987, Roberto Minczuk é regente titular da OSB e diretor artístico e regente titular da Filarmônica de Calgary. Sua trajetória na OSB lhe rendeu vários prêmios, como a Medalha Pedro Ernesto e os prêmios Bravo de Cultura e Carioca do Ano.
Dentre as mais de 80 orquestras que já regeu em quatro continentes estão as filarmônicas de Nova York, Londres, Los Angeles e Rotterdam; as sinfônicas de Montreal e Tóquio; as Nacionais da França, Bélgica; BBC de Londres, e BBC do País de Gales. Com a Filarmônica de Londres, Minczuk participou de uma bem sucedida turnê nos Estados Unidos e regeu as últimas produções de “Os Setes Pecados Capitais” e “O Voo de Lindbergh” da Ópera de Lyon na França e no Festival de Internacional de Edinburgh. O maestro também foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão entre 2004 e 2009 e gravou diversos CDs com a Osesp, além da Filarmônica de Londres e Sinfônica de Odense.
Dentre os prêmios que recebeu nos últimos anos estão o Martin Segall, o Grammy Latino de Melhor Álbum Clássico com o CD Jobim Sinfônico, um projeto concebido por Mário Adnet e Paulo Jobim; o Emmy; o Prêmio Carlos Gomes; o APCA como Melhor Regente; e o Prêmio TIM, estes últimos em 2006. Em 2010, recebeu a Ordem do Ipiranga do Governo do Estado de São Paulo. Foi retratado no curta-metragem Introitus, produzido pela Amythos Films e veiculado no canal Bravo, no Canadá.
Minczuk Integra os conselhos artísticos da Lyric Chamber Music Society de Nova York e da Youth Orchestra of Americas; é o Conselheiro Artístico da YOA Canadá.