Recontar O Pequeno Príncipe, uma história tão familiar e preciosa ao imaginário popular, é um desafio inspirador.
Riquíssima em signos e metáforas, essa história carrega inúmeras possibilidades de abordagem, sendo cada uma delas um vasto universo a ser explorado. A nós interessou investigar, especialmente, o resgate da infância, a relação que se estabelece na história entre o adulto e sua criança interior.
Certos modelos educacionais voltados à máxima capacitação do indivíduo tem conquistado cada vez mais espaço, em detrimento das vivências fundamentalmente infantis, do livre brincar e do estímulo da curiosidade e ludicidade não utilitaristas, um reflexo de um mercado profissional cada vez mais competitivo. Em função disso, crianças são muitas vezes tolhidas de importantes aspectos naturais da fase na qual se encontram, empurradas à racionalidade adulta antes que tenham tido a oportunidade de serem sensibilizadas em sua infância.
Dentre tantas leituras possíveis, para nós, O Pequeno Príncipe é a história de alguém que teve usurpado o seu direito de sonhar, de indagar, de expressar livremente a sua imaginação, ao ser obrigado a adentrar o pálido mundo da sensatez. Ao encontrar um principezinho cheio de perguntas, questões que o fazem refletir sobre o que é essencial, volta a se reconciliar com sua infância e se conecta com um céu de estrelas, amigas com as quais sempre poderá contar.