Ministério do Turismo e Instituto Cultural Vale apresentam:
O programa da noite de sábado será repetido no domingo de manhã, em mais um Concertos para a Juventude
O naipe de percussão estará em foco no segundo programa da Série Músicos da OSB, que tem como objetivo evidenciar os instrumentistas da Orquestra Sinfônica Brasileira, colocando-os na posição de solistas em grupos de câmara. Os concertos acontecerão no palco do Teatro de Câmara, na Cidade das Artes, dias 18 e 19 de junho, sendo a segunda apresentação no formato Concertos para a Juventude – récitas matinais de caráter didático, com ingressos a preços populares. Dois percussionistas da OSB – Fernanda Kremer e Rodrigo Foti – estarão à frente da orquestra, como solistas, na companhia dos convidados Rubén Zúñiga e Ronni Kot. A regência fica a cargo do maestro português Pedro Carneiro.
Ao longo da história, nas mais diferentes culturas, a água adquiriu uma ampla gama simbólica de significação: ela representa a vida, o inconsciente, a flexibilidade, a força, a renovação… Na dimensão prática da existência humana, por sua vez, ela não é menos importante: a água purifica, aniquila a sede, assegura a sobrevivência, gera sustento. Em 2022, a Orquestra Sinfônica Brasileira abraçou as águas como fio/rio condutor de sua temporada artística, acolhendo o elemento em suas esferas pragmática e metafórica de significado. O tema é explorado em diversos concertos da temporada, incluindo o deste fim de semana, que traz obras de Haendel, Honegger, Smetana, Cuong e C. Chagas.
O espetáculo tem início com excertos de Música Aquática, conjunto de suítes de George Friedrich Haendel, em arranjos para madeiras e metais por Mitchell Kriegler. Grande parte dos movimentos dessa composição foi escrita para ser apresentada ao ar livre e teve sua estreia no Rio Tâmisa, em um cruzeiro real do Rei George I da Grã-Bretanha. De caráter espirituoso e com melodias cheias de frescor, a obra merecidamente figura entre as mais conhecidas de seu compositor.
Embora a água não seja o tema da peça que será ouvida em seguida, Pastoral d’été, de Arthur Honegger, é possível evocar o elemento nas suas ondulações serenas e na fluidez das suas sonoridades. O poema sinfônico de Honneger foi escrito em 1920 e a partitura traz na epígrafe um imaginativo verso de Rimbaud: "Eu beijei a aurora do verão. Pastoral d’été é dividida em três seções: depois de uma abertura langorosa, ela avança para um bloco intermediário cheio de cores e de vida. O tema principal retorna, então, para concluir a composição em atmosfera idílica.
Em seguida, a OSB executa um arranjo para sopros de "Moldau", poema sinfônico de Bedřich Smetana que integra o ciclo Minha Pátria. Espécie curiosa de "música
topográfica", a obra leva o nome de um importante rio tcheco e, como ele, parece deslizar pelos instrumentos através de uma poderosa melodia evocativa que presentifica em som a imagem das águas.
O programa segue com a instigante Re(new)al, do compositor vietnamita-americano Viet Cuong. A peça é construída a partir de três movimentos contínuos, cada um inspirado no poder das energias hídrica, eólica e solar. O primeiro movimento transforma copos de cristal afinados em sinos de mão, enquanto o conjunto de sopros lentamente submerge o som dos solistas. No movimento central, solistas são transformados em pás de uma turbina eólica vertiginosa, tocando desafiadores padrões rítmicos. O movimento final simula um nascer do sol e evoca o brilho da luz do sol com instrumentos de percussão.
Uma estreia mundial encerra o programa com chave de ouro: a OSB realiza a primeira audição de uma obra do brasileiro Paulo C. Chagas. Escrita para um grupo de cinco percussionistas e orquestra de câmara de instrumentos solistas, Olhe essas águas... é uma composição audiovisual que tenta criar uma interface perceptiva do domínio invisível das águas: o secreto, o escuro, o misterioso. A música desenvolve estruturas que brotam, fluem e se dissolvem, abordando a natureza e o significado da água dentro de uma perspectiva espiritual e ecológica.
Criados em 1943, os Concertos para Juventude têm como fundamento promover uma aproximação entre o público e a música de concerto. Para isso, a série é composta por apresentações didáticas que, em 2022, contam com a atriz Suzana Nascimento como mestre de cerimônia. A performance musical é intercalada com informações sobre as obras apresentadas e seus compositores, além de curiosidades sobre o funcionamento de uma orquestra sinfônica e seus instrumentos.
A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 81 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor e a NTS - Nova Transportadora do Sudeste, como patrocinadora master e a Brookfield como patrocinadora, além de um conjunto de copatrocinadores e apoiadores culturais e institucionais.