Uma Fábula Patafísica sobre o Cientificismo Oxidosistêmico!
Novo espetáculo da Cia Teatro Epigenia estreia 10 de março no Rio de Janeiro, na Cidade das Artes
O poder em todas as suas formas, o jogo da corrupção política, protocolos de saúde estapafúrdios, o absurdo da decadência humana, a falta de empatia, o massacre aos direitos humanos. Todas essas características juntas nos são familiares nos dias de hoje, apesar de parecerem distópicas. É justamente esse cenário distópico o da peça “O Alienista”, que estreia no próximo dia 10 de março, na Cidade das Artes. Com texto de Gustavo Paso e Celso Taddei, livremente inspirado no conto homônimo do imortal Machado de Assis, a nova montagem da Cia Teatro Epigenia, que comemora 22 anos fundação, leva para o palco um elenco de 14 atores/cantores, protagonizados por Rômulo Estrela, que interpreta o paradoxal personagem de Simão Bacamarte e Luciana Fávero, fundadora da Cia, como a esposa, Evarista.
"Trazer a inspiração da obra de Machado de Assis é trazer a possibilidade de ser para além de nossos meios e tempo. Um homem negro, filho de escravos alforriados, esquizofrênico, que mal pode estudar ate sua adolescência, viveu dentro de um pensamento europeu de que somos fruto do nosso meio! Um determinismo limitante que ele rompeu a ponto de ter sido um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras! É um dos principais nomes de nossa literatura e rompeu limites territoriais. Machado é um exemplo para o mundo atual, pois mostrou o que podia realizar mesmo com tanta adversidade. Esperamos poder inspirar esse pulsar, essa vitalidade e essa fé de que todos temos essa potência de romper o que nos determinam!" - destaca Luciana Favero - atriz e produtora do espetáculo.
Qualquer semelhança é uma infeliz coincidência na versão de “O Alienista” da companhia teatral que chega à maioridade colecionando críticas positivas e ampliando sempre seu público fiel com espetáculos ousados, instigantes e de qualidades textual, dramatúrgica e cênica. Com essas marcas e, mais uma vez, sob a direção de Gustavo Paso, um dos mais premiados diretores do teatro brasileiro na atualidade.
“Conscientes de que está muito mais difícil criar uma analogia por meio de um mundo distópico com nossa vida, nos apoiamos no absurdo mundo da patafísica para entender a realidade, ou pelo menos para que o teatro possa, mais uma vez, servir de trampolim para espelhar essa sociedade destruída e desalmada que alguns insistem em tentar consolidar”, explica Gustavo Paso - diretor, dramaturgo e fundador da Cia Epigenia.
A Patafísica como ins-piração
A patafísica é uma crítica à lógica racional. Examina as leis que regem as exceções, nas palavras do romancista e dramaturgo francês Alfred Jarry é “a ciência das soluções imaginárias”. A patafísica de Jarry é algo além da metafísica e além da física. Pode também ser vista como paródia: uma celebração bem-humorada do paradoxo, que opera, de modo cômico, a desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo. A patafísica explora “elementos dissonantes” de modo a criar não uma síntese, mas uma situação em que as incongruências podem coexistir. Atrás de toda a lógica, esconde-se o monstruoso.
A peça se aprofunda na pesquisa do Dr. Simão Bacamarte, médico renomado e de currículo invejável (mesmo que ninguém entenda as especialidades do doutor na então metrópole imaginária), acerca da loucura. Ele cria um lugar para internar os loucos da cidade sob seus próprios critérios do que é ser louco ou não. Esses critérios mudam conforme o tempo e os interesses – sejam por poder, por dinheiro, por reconhecimento – e geram revolta, golpes, até a falência social e financeira da então Metrópole, que se transforma em Distrito e, em seguida, em um simples Vilarejo decadente e subserviente ao Império, nos idos anos do século XIX.
Assim presenciamos a ascensão e queda de um louco que chega ao poder e passa a tomar decisões sem consultar previamente os representantes da sociedade, pois estão todos enjaulados no hospício fundado por ele mesmo! Mas isso é apenas uma fábula e sabemos que fábulas não existem!
Elenco:
Romulo Estrela / Luciana Fávero / Gláucio Gomes / Vitor Thiré / Samir Murad / Dodi Cardoso / Renato Peres / Tatiana Sobral / Tecca Maria / Anna Hannickel / Eduardo Zayit / Erick Villas / Laura Canabrava / Renato Ribone
FICHA TÉCNICA
Livremente Inspirado na obra de Machado de Assis "O Alienista"
Texto: Celso Taddei e Gustavo Paso
Direção e Cenário: Gustavo Paso
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Trilha original executada ao vivo: André Poyart
Confecção cenário: Djavan Costa e Maranhão
Pintura do cenário e confecção cérebro e janelas: Eduardo Andrade
Assistente adereços de cenário: Renato Ribone, Eduardo Zayit, Malu Guimarães e Thiago Leal
Figurino: Graziela Bastos
Assistente Figurino: Malu Guimarães, Bruno Gasparotto e Gisele Mesquita
Visagismo: Gustavo Paso, Graziella Bastos e Renato Ribone
Direção de Arte: Gustavo Paso
Coreografias: Edio Nunes
Treinamento Vocal Terapêutico: Dodi Cardoso
Sonorização: Rossini Maltoni
Operador de luz: Thiago Monte
Operador de Som: Cidinho Rodrigues
Identidade visual do nome da peça: Putz Creative Studio e Paso D’Arte
Designer artes gráficas: Mayra Terra
Assistente de Ensaio: Tatiana Sobral e Eduardo Zayit
Assistente de Produção: Thiago Leal
Produção Executiva: Junior Godim
Direção de Produção: Em Cena Produções
Coordenação: Luciana Fávero
Marketing Cultural: Gheu Tibério
Foto: Luciana Salvatore
Gestão de redes rociais: Fernanda Portella
Assessoria de imprensa: Alessandra Costa
Realização: CiaTeatro EpigenIa
Instragram: @ctepigenia