Tema do dia 10/06 e 24/06
Conversas sobre o gesto
Convidada: Márcia Milhazes
Um valioso encontro de Conversas sobre o universo vocabular da linguagem artística da coreógrafa Marcia Milhazes com sua Companhia de Dança e a Arte. Conversas que abordam os processos de criação realizados durante a pandemia no doloroso confinamento vivido. A mostra de dos vídeos dança PÁSSAROS e SONHO de PRIMAVERA ,que vem sendo premiados nos mais importantes Festivais de cinema internacionais e nacionais POOL - INTERNATIONALES TanzFilm Festival Berlin, Germany - Júri oficial (2020)- London International ScreenDance Festival - 2021 UK dentre outros vem tratar das vivências com a cultura virtual.
A obra coreográfica PAZ e AMOR, premiada no APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte SP(2020), Qualicult 2021 dentre outros, e a preparação de uma nova produção que celebra a Semana de Arte Moderna de 1922 , no final do ano, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro trazem importantes registros do fazer coreográfico que envolvem vários meios artísticos e suas problemáticas de ideias.
Conversas como laços humanos, onde a Arte que trata do real, cria interfaces e se torna um local importante e transformador de desejos, interesses, práticas, escolhas e sensibilidade.
1) PÁSSAROS
Sinopse:
O mundo se confronta com um confinamento doloroso, onde nos escondemos do invisível. Desejo celebrar um outro invisível, que flutua no mundo veloz e agressivo. O amor. Escrevo cartas de amor em forma de gestos, onde o invisível habita, exprime sentimentos, tornando o universo virtual um potente parceiro para acessar a sensível. Cenas de um homem, uma mulher, que carregam em seus corpos a solidão, vestígios de sonhos na busca pela possibilidade do reencontro. Reúno imagens afetivas que refletem detalhes de obras de minha irmã, a artista visual Beatriz Milhazes, da mata atlântica de minha cidade do Rio de Janeiro, de núcleos fotográficos de gestos e vídeos registrados pelos celulares dos próprios intérpretes em confinamento. Juntos, tecem uma narrativa sutil que cruza objetos desconhecidos, reflexos da minha voz. Uma experiência estética que transforma o espaço virtual em território universal onde a transcendência poética permite contemplar uma zona não verbal. O visível e o invisível invadem, preenchem, visitam a alma como um cometa de esperança no outro. A vida retorna.
Vídeo: https://drive.google.com/drive/folders/1dMmkWRZFDln_MOwmcfuVlVOmreHNh syw?usp=sharing
Ficha Técnica do vídeo:
Direção Artística / Coreografia / Concepção - Marcia MILHAZES
Intérpretes - Ana Amélia VIANNA e Domenico SALVATORE
Edição de Vídeo - Domenico SALVATORE
Imagens - Detalhes de Obras da Artista Visual Beatriz MILHAZES:
HAVANA e A MOSCA
Fotos - Ana Clara MIRANDA
1a Cena / take das mãos - John C.M.
Colagem da Trilha Sonora - Marcia MILHAZES
Música - Montana CELLIST
2) SONHO DE PRIMAVERA
O mundo contemporâneo confronta o invisível que fragiliza a alma pela possibilidade da perda. SONHO DE PRIMAVERA deseja tocar em outro invisível que celebre a vida, o SONHO. Fantasia interior, formas invisíveis, vivas, onde a distância imprecisa procura ouvir os afetos, tocá-los, torná-los valiosos, visíveis no outro e nas coisas. Sonhos como ventos, como estações, que sopram liberdade e nos motivam a desenharmos pontes de desejos, movimentos de esperança dentro e fora de nós.
Sermos sonhos.
A concepção, construção, gravação e edição deste vídeo foram realizadas seguindo o isolamento social. As imagens coreográficas foram registradas pelos celulares dos intérpretes, nos seus ambientes, minuciosamente dirigidas e concebidas à distância. As imagens da natureza e a mídia utilizada foram retiradas de bancos sem direitos autorais.
A renomada e internacional artista plástica BEATRIZ MILHAZES, gentilmente cedeu as imagens de suas obras.
Vídeo: https://drive.google.com/drive/folders/1jlMNmxopj_4su-F-xu5IFuNmeZmYq0z- ?usp=sharing
FICHA TÉCNICA do vídeo
Direção Artística, concepção e coreografia - Marcia MILHAZES
Intérpretes - Ana Amélia VIANNA, Domenico SALVATORE
Edição do vídeo - Marcia MILHAZES, Domenico SALVATORE
Beatriz MILHAZES´ works details
Avenida Paulista, 2020 - Masp´s Collection, Artist´s Donation
-Havana, 2003-4
-Mosca - 2010-12
-Casa de Baile -2009 - sketch / installation
-Bailinho, 2007-8 - sketch / installation
Cinematografia - gestos detalhes - Rodrigo MONTEIRO (03'23" to 04'06") and Avenida Paulista
Footage
Fotografia - Ana Clara MIRANDA
Trilha sonora (colagem) - Marcia MILHAZES
Edição Trilha sonora - Domenico SALVATORE
Musica:
Dissociation, piano by Naoya SAKAMATA
Waiting, cello by Gabriele CAZZOLA
Tema do dia 27/05
Conexões entre a adoção e a orfandade na psicanálise
Convidados:
Dejaira Gregorio dos Santos (Artista Plástica e Costureira)
Marisol Jesus Correa (Do lar)
Roberta Genestra dos Santos (Enfermeira)
Família Strong
(Adoção Homoafetiva)
Mauro Guimarães Neeley (bancário)
Matthew Scott Ne (economista)
Um diálogo sobre a Adoção como uma forma de gestação, pontuando as maiores dificuldades de quem adotou e foi adotado, uma roda de conversa, com a Psicanalista Gilda Pitombo, a artista audiovisual Bia Peace e convidados, que irão abordar de forma responsável e empática a questão do desamparo, abordado no livro “ A ORFANDADENA PSICANÁLISE”. Segundo Gilda Pitombo (2021, p.49) a castração sempre esteve relacionada à falta e a lei. Se em Freud ela se articula à falta do falo na mulher, em Lacan, ela se configura como falta do Outro. O nome da castração em psicanálise é esta falta, este corte, e tudo se opõe a completude.
No Brasil, segundo pesquisas do instituto terceiro setor, 8,7 mil crianças e adolescentes entre 0 e 18 anos deram entrada em serviços de acolhimento por abandono pelos pais ou responsáveis. Ao todo, o país tem hoje 29,2 mil crianças e adolescentes em 4.594 abrigos. Em média, 8 crianças são abandonadas por dia no país. Além disso, temos outro agravante, muitos bebês são encontrados ainda com o cordão umbilical. É o caso de uma bebê recém-nascida que foi encontrada embaixo de uma árvore, sem roupas e ainda com o cordão umbilical, no bairro Jardins do Cerrado I, em Goiânia. Uma moradora que passava pelo local acionou a polícia e a menina foi levada para uma maternidade, onde ficou internada por 11dias e ganhou o nome de Rebeca. Casos como o da bebê Rebeca infelizmente, são comuns no nosso país e de acordo com o artigo 134 do Código Penal, o responsável por abandonar uma criança pode receber uma pena de detenção de 6 meses a 3 anos. Porém em casos como o citado acima é quase impossível encontrar o responsável, porque abandono é crime, mas em nossa legislação se uma mãe quiser entregar seu filho para adoção por livre e espontânea vontade, ela é totalmente amparada.
SOBRE O EVENTO
- A programação é para crianças, homens e mulheres, que frequentam as reuniões do projeto Interlocuções, dirigido pela psicanalista Gilda Pitombo;
- Uma roda de conversa, entre pais que adotaram crianças e filhos adotivos, oferecendo a eles uma escuta ativa e acolhedora, onde a psicanalista irá fazer conexões e trazer
reflexões sobre o desamparo na psicanálise;
- A acadêmica em psicologia, irá apresentar alguns ensaios de pais e mães adotivos, realizados durante 6 anos em todo estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de mostrar através da psicofoterapia que a adoção também é uma gestação, além dos ensaios, também será mostrado, fotos de um casal Brasileiro homoafetivo que adotou 4 irmãos de uma vez e hoje moram no exterior, eles irão contar através de uma videoconferência os desafios enfrentados pela família;
- A costureira e artista plástica Dejanira dos Santos também irá falar sobre suas vivências ao lado de sua filha Roberta Genestra e Marisol Santos que também é da família e possui experiências tocantes na adoção. Ao receber o convite para o evento, a Sra Dejanira pintou uma tela, mostrando seus filhos
Tema do dia 13/05
Antropofagias inconscientes
O Manifesto Antropófago, brilhantemente desenvolvido por Oswald de Andrade, clamava aos artistas brasileiros por originalidade e criatividade. Ele pretendia celebrar o nosso
multiculturalismo, a miscigenação. O desejo era devorar o que vinha de fora, assimilar a cultura alheia.
Oswald defendia que a verdadeira antropofagia é a do inconsciente. Em que medida tal aposta é verdadeira? Se o inconsciente é o emblema da experiência individual, como considerar seu devir antropofágico? Pensando com Suely Rolnik, o que nos resta de uma antropofagia zumbi?
Essa é a provocação que Gilda Pitombo e Alexandre Sá trarão no próximo encontro.
Sobre Alexandre Sá
Artista-pesquisador, curador, crítico de arte e psicanalista. Professor do Instituto de Artes da UERJ. Antropofagias inconscientes
Tema do dia 08/04
A construção da performance “Parir” tem início nos encontros do Cartel “Realidade Psíquica”
Onde surgem questões sobre a posição da mulher em nossa Cultura, a força das relações sociais na constituição subjetiva e sendo esta Realidade atravessada por elementos que marcaram sua história. Uma performance com três partos, cada um à sua maneira, onde a relação mãe e bebê evidencia o amor e a dores neste encontro, o espelho ocupa um ponto central na cena, a transição de cada geração.Este Ato busca abrir espaço para o “O Estranho Familiar na Maternidade”, um diálogo necessário em nossa sociedade capitalista perversa, na qual a idealização muitas vezes aprisiona o sujeito. Esse será o gancho central desse encontro.
Tema do dia 25/03
Projeto Interlocuções – A travessia d’Olhar na fantasia - a traição das imagens – Magritte
Neste dia, daremos continuidade à discussão abordada no encontro do dia 11/03 com o convidado José Maurício Loures. Quando nos deparamos com uma obra de arte, não precisamos encontrar um significado para ela, devemos senti-la – fruição estética que pode causar júbilo ou, até mesmo, angústia. A questão que pulsa é: por que algumas obras de arte nos capturam? De um olhar ao outro, pretendemos neste encontro focalizar a fotografia contemporânea em uma análise psicanaliticamente orientada sobre os modos próprios de formalização artística da norte- americana Francesca Woodman e do japonês Nobuyoshi Araki. Acreditamos que esta forma de abordar o objeto de arte pode trazer contribuições tanto para a psicanálise quanto para o campo da estética.
Tema do dia 11/03
Atrás da imagem, ao alcance do olhar: a fotografia contemporânea sob as lentes da psicanálise
A cada encontro, Gilda Pitombo e um convidado diferente fazem a interseção da psicanálise com outras linguagens. Neste dia, o psicanalista José Maurício Loures apresentará alguns resultados de sua pesquisa de Doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-graduação stricto sensu em Psicanálise, Saúde e Sociedade (UVA), em que hoje é docente. A partir de uma articulação entre a psicanálise e o campo da estética, serão analisadas as singulares formas de formalização do objeto de arte empreendidas por dois fotógrafos: Francesca Woodman e Nobuyoshi Araki, considerando que ambos provocam rupturas na experiência artística por flertarem com o impossível.

Convidado: José Maurício Loures
Psicanalista, membro do Fórum Rio de EPFCL. Docente do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Psicanálise, Saúde e Sociedade (UVA). Professor do curso de especialização em Psicologia Clínica (PUC-Rio).
Sobre o Projeto
Há sete anos a psicanalista e coordenadora do projeto Gilda Pitombo Mesquita, desenvolve o projeto “Interlocuções: Psicanálise e Literatura”, dentro da Cidade das Artes com a finalidade de dialogar com os outros saberes e transmitir a Psicanálise para quem desejar. A Interlocução com a arte é fértil no cruzamento com a psicanálise. Freud já dizia que os escritores, os poetas, os artistas estavam à frente dos psicanalistas e precisávamos aprender muito com eles, pois são os grandes conhecedores da alma humana. O objetivo desses encontros é criar um diálogo fértil de ideias para saborearmos e partilharmos o mesmo solo comum da linguagem.
Sobre Gilda Pitombo
Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade. Doutoranda em Arte e Psicanálise pela UERJ.
Publicação na Revista Concinnitas no: 27/2016 –www.e publicacoes.uerj.br index.php/concinnitas/issue/view/1204/showtoc.
Ato poético: Entusiasmo no Amor. In: Elizabeth Rocha Miranda, Georgina Cerquise (Org) A Clínica do Ato. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013 v.p81-85. O Romance Familiar Trágico de Édipo, Tempo Psicanalítico. JCR, 2009.
Participação na Pesquisa em Arte Contemporânera do Professor Alexandre Sá.
Estudos de Literatura e Psicanálise com a leitura da primeira parte do poema “A Divina Comédia” de Dante Alighiere, denominado “Inferno, purgatório e o Paraíso” na Sala de Leitura na Cidade das Artes, RJ.
Autora do livro “ A Orfandade na psicanálise: conexões com o mito de édipo”.
Aérea de interesse em Literatura, Arte e Psicanálise. Link: http://lattes.cnpq.br/6945718026055695.
Página pessoal: https://www.youtube.com/channel/UC2zRi4JZfZPMYOjaWpUkA6A/.