“Se não fosse Valdomiro Silveira, não existiria Guimarães Rosa.” -Guimarães Rosa-
O espetáculo
Jandir Ferrari se encontra com textos de Valdomiro Silveira, acompanhado de perto pela trilha composta pelo instrumentista, compositor e diretor musical Antonio Porto, emoldurados pela luz de Adriana Ortiz, sob a direção de Caio de Andrade.
Pedaço de Cumbersa, Força Escondida, Na Folha-Larga e Do Pala Aberto foram os quatro contos colhidos do livro Leréias – Histórias Contadas por Eles Mesmos, editado em 1945, onde sentimos a genialidade de Valdomiro Silveira através de histórias aparentemente confinadas ao universo regionalista que resultam numa literatura cosmopolita, contemporânea, repleta de elementos inusitados.
Oferecer ao público um momento de encontro com a obra Valdomiriana, onde o ator balizado por quatro personagens do escritor recria uma atmosfera intimista, interiorana, para contar histórias extremamente fortes e surpreendentes. Antonio Porto também está em cena, ao lado de Jandir Ferrari, pontuando de forma integrada as inéditas composições que criou especialmente para a peça e que são tocadas ao vivo, pelos inúmeros instrumentos que o músico domina.
Caio de Andrade
O autor Valdomiro Silveira
No dia 11 de novembro de 1873, nascia em Senhor Bom Jesus da Cachoeira, Termo de Lorena, na então Província de São Paulo, Valdomiro Silveira ou Valdóro, como ficaria conhecido entre amigos e familiares.
Jornalista e escritor publicou quatro livros: Os Caboclos, Nas Serras e nas Furnas, Mixuangos e Leréias – Histórias Contadas por Eles Mesmos, o preferido de Valdóro, todo ele narrado saborosamente pelo próprio caipira.
Foi desse homem do campo, humilde, recolhido em sua roça distante e incompreendida, de fala própria, de comportamento e costumes surpreendentes que o grande homem de letras se ocupou. Tornou-se um grande nome da literatura nacional vinculada ao estudo do regionalismo paulista, entre outros destaques de peso como Monteiro Lobato e Cornélio Pires.
O autor Valdomiro Silveira
“VALDOMIRO é considerado um dos fundadores do regionalismo brasileiro. Notabiliza-se pelo fato de ter, nos contos sobre o mundo rural, o foco dirigido para o homem caipira. A natureza, os costumes, os valores, tudo o que compõe o universo cultural caipira emerge em sua inteireza através das emoções que sensibilizam a alma de um homem comum, só que pobre e habitante daquele mundo particular. Por isso como qualquer outro, recebe do autor um olhar que, em nenhuma circunstância, o ridiculariza ou o diminui, como acontece quando o personagem é o caboclo.“
Enid Yatsuda Frederico
“... VALDOMIRO optou pelo caminho mais áspero, que só um temperamento portador de desambição caipira podia tomar, utilizou o espírito da linguagem dialetal, de uma forma homogênea e global, não só quando falam as personagens regionais, mas quando a narrativa é feita pelo próprio escritor. Seus contos, pela estrutura, pelo ritmo, pelo tipo de construção frasal, pelas palavras, pela expressão, espírito e estilo, são elaborados e construídos com observância cuidadosa de estrutura de pensamento na cultura do homem-regional-rural, ou seja, do caipira.”
Bernardo Elis
Diretor Caio de Andrade
Dramaturgo, diretor e produtor, Caio de Andrade criou o Projeto História em Cena, no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), que levou milhares de estudantes ao teatro.
Na Inglaterra, teve encontros com instituições a área de teatro-educação e participou de festivais no Brasil, Áustria, Espanha, Argentina, entre outros.
Um dos profissionais mais atuantes e premiados da sua geração. Ganhador dos Prêmios Maria Clara Machado, Governo do Estado do Rio de Janeiro e indicado três anos consecutivos ao Prêmio Shell.
www.caiodeandrade.com.br
Ator Jandir Ferrari
Nascido em Presidente Prudente, interior de São Paulo , começou a trabalhar em teatro no ano de 1983 com a peça “O Guarani” de José de Alencar com direção de Carlos Wilson (Damião). A partir daí foram várias peças com direção do próprio Carlos Wilson e também Bernardo Jablonsky, Maria Clara Machado, João Bittencourt, Fernando Peixoto, Roberto Lage, Marcos Caruso, Luiz Artur Nunes, Guilherme Leme, Diogo Vilela, Paulo Biscaia entre outros. Seu mais recente trabalho em teatro, ainda em cartaz, é a peça “Cássia Eller – o musical” com direção de João Fonseca.
Ingressou na televisão em 1987 na novela “Mandala”, com direção de Ricardo Waddington, a partir daí foram vários trabalhos em novelas , minisséries e especiais. Destacam-se os sucessos “Rainha da Sucata” e “Deus Nos Acuda” como Gino (filho de D. Armênia) e ainda “A Padroeira”; “O Profeta” e “Éramos Seis”.
Direção Musical Antonio Porto
Natural de Campo Grande (MS), Antonio Porto é instrumentista, cantor, compositor, arranjador e produtor musical.
Trabalhou e gravou no Brasil com artistas como Almir Sater, Renato Teixeira, Pena Branca e Xavantinho, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, Renato Braz, Paulo Simões, Bianca Gismonti e outros. No exterior com artistas como Alegre Correa, Hubert von Goisern, Timna Brauer, Eli Meire, Mohamed Mounir, Willy Sucher, Rubén Goldin e outros.
Tocou em Festivais de Jazz como Moutreaux, Wienner Jazz Festival, Red See Jazz Festival, Hildesheim, Paris, Saalfeldner Jazz Festival. Se apresentou em cerca de 40 países, entre eles: Áustria (onde viveu por 13 anos), Alemanha, Itália, França, Suíça, Espanha, Inglaterra, Senegal, Egito, Israel, Marrocos, Burkina Faso, Estados Unidos, Paraguai, Bolívia e Argentina.
Produz e compõe trilhas sonoras para filmes, propagandas e espetáculos teatrais.