O Théâtre de la Ville de Paris traz pela primeira vez ao Brasil obras de Eugène Ionesco, o mestre do Teatro do Absurdo - O Rinoceronte e Ionesco Suite. Ambas têm a assinatura do diretor Emmanuel Demarcy-Mota, desde 2008 à frente do palco parisiense, um dos mais conceituados do mundo ocidental.
O RINOCERONTE
Segundo Emmanuel Demarcy-Mota, “O rinoceronte é conhecido como um animal teimoso, obstinado, assim como eu. Quis fazer com que essa estranha peça fosse revista e provocasse novas reações”.
Escrita por Ionesco em 1959, a fábula teve sua estreia em Paris no ano seguinte, dirigida e estrelada por Jean-Louis Barrault. Em 1961, entrou em cartaz simultaneamente em Londres, com Laurence Olivier no papel principal e direção de Orson Welles, e em Nova York, com Zero Mostel como protagonista. Tida como uma parábola à invasão da Europa pelo fascismo, “O Rinoceronte” traz o horror do que Ionesco chamou de histeria coletiva.
O argumento é simples: num vilarejo, a população vai gradual e inexplicavelmente se transformando em rinocerontes, à exceção de um de seus habitantes, Bérenger, que assiste à transmutação de todos. “Procurei fazer com que as camadas de significado emergissem, como numa escavação arqueológica em que topamos com um tesouro oculto. Neste mundo em transformação, a parábola se presta a incríveis novas interpretações”, conta Demarcy.
A encenação em FRANCÊS tem legendas em PORTUGUÊS.
Direção: Emmanuel Demarcy-Mota
Cenário e iluminação: Yves Collet
Música original: Jefferson Lembeye
Figurinos: Corinne Baudelot
Maquiagem: Catherine Nicolas
Consultoria literária: Marie-Amélie Robilliard
Elenco: Serge Maggiani (Bérenger), Hugues Quester (Jean), Valérie Dashwood (Daisy), Philippe Demarle (Dudard), Charles-Roger Bour (O dono do bar), Jauris Casanova (Botard), Sandra Faure (Garçonete), Gaëlle Guillou (Esposa), Sarah Karbasnikoff Grocer (Mrs Boeuf), Stéphane Krähenbühl (O velho), Gérald Maillet (O lógico), Walter N’Guyen (Merceeiro) e Pascal Vuillemot Monsieur (Papillon).
Produção: Théâtre de la Ville - Paris