O currículo de Renato Aragão dispensa apresentações. Um dos artistas mais amados e populares de todo o país, fez história na televisão brasileira – com o fenômeno ‘Os Trapalhões’, em que eternizou o personagem Didi, ícone da comédia brasileira – e no cinema, recordista de bilheteria em mais de 50 filmes que marcaram tantas gerações. Prestes a completar 80 anos, ele prepara uma nova estreia: pela primeira vez, fará um espetáculo teatral. Renato protagoniza ‘Os Saltimbancos Trapalhões’, novo musical de Charles Möeller & Claudio Botelho, em cartaz a partir de 03 de outubro na Grande Sala da Cidade das Artes, com produção da Möeller & Botelho e patrocínio da Bradesco Seguros. Dedé Santana, eterno companheiro artístico de Renato em todos estes anos, também estará no elenco da superprodução, ao lado de mais 31 atores e orquestra.
Assinado por Charles Möeller, o texto da montagem foi inspirado no conto ‘Os Músicos de Bremen’, que também deu origem à peça ‘Os Saltimbancos’, dos italianos Sergio Bardotti e Luis Enríquez, e ao filme ‘Os Saltimbancos Trapalhões’ (1981), da RA Produções. Chico Buarque foi o responsável por todas as letras das canções e criou clássicos como ‘Piruetas’, ‘História de Uma Gata’ e ‘Hollywood’, que naturalmente fazem parte desta versão para o teatro. ‘Partimos da história original e inserimos novos personagens e situações. Renato nos deixou muito à vontade para criar. A ideia é fazer uma festa em grande estilo para seus 80 anos e esta estreia no teatro, além de celebrar também os 70 anos de Chico Buarque. É um momento muito especial’, avalia Claudio Botelho.
‘Eu nunca fiz teatro na minha vida, pisar no palco é uma novidade, mas fiquei muito tranquilo por estar com Charles e Claudio’, conta Renato, que terá, em cena, a companhia de Roberto Guilherme e Tadeu Mello, seus antigos parceiros na televisão, da filha Lívian Aragão e de experientes nomes do teatro musical, além de uma série de acrobatas e artistas de circo. A equipe criativa traz a marca da Möeller & Botelho, com arranjos e regência do maestro Marcelo Castro, cenários de Rogério Falcão, iluminação de Paulo Cesar Medeiros, coreografias de Alonso Barros e coordenação artística de Tina Salles. A figurinista Luciana Buarque (‘Meu Pedacinho de Chão’) integra o time criativo M&B pela primeira vez.
No palco, o foco é na história de Didi e Dedé, dois funcionários humildes que se tornam a grande atração de um circo por conta da incrível capacidade de fazer o público rir. O sucesso desperta a ira do Barão (Roberto Guilherme), dono do circo, e do mágico Assis Satã (Nicola Lama), que passam a persegui-los. Personagens como a vilã Tigrana (Adriana Garambone) e a mocinha Karina (Gisele Prattes) ajudam a criar ainda mais confusões. ‘’Os Saltimbancos Trapalhões’ será um espetáculo para toda a família, assim como fizemos nas montagens de ‘O Mágico de Oz’ e ‘A Noviça Rebelde’ e como o Renato fez a vida inteira na televisão e no cinema’, comenta Charles Möeller.
Uma nova adaptação
Para Charles, o grande desafio foi recontar a história com uma estrutura de teatro musical, em que as canções apareçam de forma orgânica e os números surpreendam pela inventividade cênica e coreográfica. Além dos atores, estarão em cena dez artistas de circo selecionados em disputada audição, entre acrobatas, malabaristas, contorcionistas e trapezistas. ‘Eles estão acostumados a se apresentar em picadeiros, em arenas, e agora se adaptaram ao palco italiano e à contracena com os outros atores e bailarinos, que, na via inversa, precisaram desenvolver as habilidades circenses’, conta Charles.
O diretor ressalta que o espetáculo é também uma grande homenagem à profissão de artista, ao valorizar o caráter artesanal do ofício e, principalmente, ao sublinhar o aspecto singelo e mambembe do circo. O cenário, de Rogerio Falcão, foi todo pintado manualmente e não tem recursos tecnológicos, enquanto os figurinos, de Luciana Buarque, misturam referências de diversas nacionalidades e culturas, típico do universo retratado. O circo que aparece em cena é decadente, mas acaba de reencontrar o sucesso com o musical que Didi e Dedé montam por lá.
‘Na adaptação, Didi encontra o conto dos Irmãos Grimm (‘Os Músicos de Bremen’) dentro de uma garrafa, resolve encená-lo como um musical e vira um fenômeno popular’, resume Charles, que trabalha com canções de Chico Buarque pela sexta vez, depois dos sucessos ‘Na Bagunça do Teu Coração’ (1997), ‘Suburbano Coração’ (2002), ‘Ópera do Malandro’ (2003), ‘Ópera do Malandro em Concerto’ (2006) e ‘Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos’ (2014).
CHARLES MÖELLER
Texto
CHICO BUARQUE, LUIS BACALOV, SERGIO BARDOTTI
Música e Letras
MARCELO CASTRO
Arranjos e Regência
ALONSO BARROS
Coreografia
ROGÉRIO FALCÃO
Cenário
LUCIANA BUARQUE
Figurinos
MARCELO CLARET
Design de Som
PAULO CESAR MEDEIROS
Iluminação
BETO CARRAMANHOS
Visagismo
MARCELA ALTBERG
Casting
EDSON BREGOLATO
Direção de Produção
EDSON MENDONÇA/ ALESSANDRA AZEVEDO
Produção Executiva
TINA SALLES
Coordenação Artística
CLAUDIO BOTELHO
Direção Musical
CHARLES MÖELLER
Direção
ELENCO
Renato Aragão, Dedé Santana, Adriana Garambone, Giselle Prattes, Roberto Guilherme, João Gabriel Vasconcellos, Tadeu Mello, Ada Chaseliov, Nicola Lama, Livian Aragão, Nicolas Prattes, Diego Luri, Cristiana Pompeo, Marcel Octavio, Andrei Lamberg, Augusto Arcanjo, Camilla Marotti, Gabi Porto, Lais Lenci, Zago Mirabelli, Erika Henriques, Jessica Gardolin, Jonatan Karp, Kostya Biriuk, Olavo Rocha, Pauline Hachette, Rafael Abreu e Yulia Suslova.
MÚSICOS
Marcelo Castro, Anderson Pequeno, Marcio Romano, Matheus Moraes, Omar Cavalheiro, Whatson Cardozo, Zaida Valentim
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