A mostra "Quantum", do artista visual paulistano Alexandre Vianna, questiona os limites da linguagem na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro
Mostra tem um caráter multidisciplinar que envolve diversas técnicas e linguagens
O artista visual Alexandre Vianna apresenta a mostra "Quantum”, o projeto é composto por obras onde fotografias e pinturas se misturam, instalações e um mini-doc audiovisual"
As obras resultam da pesquisa do artista e fotógrafo que retrata corpos humanos, evidenciando uma força invisível que envolve o indivíduo ao expressar sentimentos mais profundos. São imagens que se contrapõe aos padrões midiáticos contemporâneos de estética, beleza, buscando capturar a essência da força humana.
Ensaio performance
O processo de produção da obra foi tão relevante quanto o resultado. O artista convidou diversas pessoas para um ensaio em um estúdio de fotografia. Cada convidado permaneceu sozinho, atrás de um tecido translúcido esticado. Com os olhos fechados, concentravam-se na música ambiente - um som de meditação e cura de 528 Hz + 174 Hz. À medida que os retratados entravam em um estado mais meditativo, o artista sugeria que tocassem o tecido lentamente, imaginando, refletindo e incorporando a ideia de que o tecido fazia parte de seus próprios corpos. O objetivo era que imaginassem que o tecido representava sua própria energia corporal.
Alinhado ao conceito de fotografia expandida, o artista pintou várias telas utilizando tintas acrílicas e folhas de ouro ou prata, sobre as quais imprimiu as fotos. Em seguida, realizou mais intervenções artísticas. Esse trabalho híbrido que entrelaça fotografia e pintura questiona os limites entre as linguagens, resignificando a arte fotográfica e figurativa por meio de múltiplas camadas, físicas e simbólicas.
Exposições e projetos
O ano de 2024 foi de muito trabalho e resultado na carreira do artista. Começou com uma exposição coletiva "O que dizer de nós” na Galeria Tato, em São Paulo. Depois uma exposição individual no Copan Art Project, também na capital paulistana. Em setembro, participou da exposição coletiva “Para Falar de Amor” (com curadoria de Saulo di Tarso) no Kura-te, em São Paulo. Em outubro, a exposição “La Natura Che Parla", em Turim, na Itália. Em novembro, a participação no festival “Jukebox of Dissonance” na Litan Gallery (Uaad) em Nova York, nos EUA.
Sobre o artista
Alexandre Vianna é um artista contemporâneo brasileiro que se dedica à fotografia expandida e ao vídeo. Seu trabalho utiliza camadas (tintas, tecidos, colagens, projeções e instalações) para retratar a força da essência humana. A opacidade das figuras em suas obras torna-se uma ferramenta essencial de reflexão, criando um distanciamento da identidade e uma fuga dos sentidos. Sua obra, que mescla fotografia, pintura e vídeo, desafia os limites entre os meios, redefinindo a arte fotográfica e figurativa por meio de múltiplas camadas físicas e simbólicas.
Descobriu ser criativo aos 12 anos em São Paulo, quando começou a andar de skate. Imerso na cultura urbana e contra-cultura dos anos 1990, desenvolveu sua visão de mundo. Apaixonado por contar histórias através de imagens e movimentos, estudou fotografia, formou-se em comunicação social e roteiro, e especializou-se em cinematografia pela ASC (American Society of Cinematographers) em Los Angeles.
Entre 1995 e 2010, Alex criou e publicou revistas e livros sobre cultura, estilo de vida e arte. Explorou a videoarte, participou de exposições coletivas, dirigiu documentários e colaborou em inúmeros projetos artísticos, videográficos e culturais no Brasil. Em 2013, após uma série de exposições coletivas e colaborativas, lançou seu livro e exposição individual intitulada "Streeteiro" no Paço das Artes, em São Paulo. Em 2017, venceu o prêmio de Melhor Direção de Videoclipe do Ano no Video Music Festival (VMF).