Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale apresentam
Itália é o próximo país homenageado na Série Mundo, da
Orquestra Sinfônica Brasileira, dia 17 de abril, na Cidade das Artes
Sob a batuta do maestro Ira Levin, a apresentação da OSB conta com a soprano Eliane Coelho como solista
Seria uma tarefa árdua – senão impossível – pensar na tradição musical do Ocidente sem considerar o papel fundamental que a Itália desempenhou e desempenha ao longo dos séculos. Berço da ópera, do bel canto e de inúmeros compositores e intérpretes destacados, o país é o grande homenageado neste concerto da Série Mundo da Orquestra Sinfônica Brasileira. O espetáculo, que será realizado no dia 17 de abril, no palco da Grande Sala da Cidade das Artes, traz obras de Busoni, Boito, Puccini e Respighi sob regência do maestro Ira Levin, além da participação da soprano Eliane Coelho. A Série Mundo conta com o patrocínio do Bradesco.
Reconhecido como um dos maiores pianistas de sua geração, Ferruccio Busoni (1866 – 1924) foi também um compositor ambicioso e um dos grandes pensadores da música no século XX. Seu interesse pela expressividade polifônica da música de Johann Sebastian Bach se manifestou cedo, ainda na infância, e ao longo da vida o italiano transcreveu para piano inúmeras peças do mestre barroco. Seu maior tributo ao alemão, porém, talvez seja a poderosa e arquitetônica Fantasia Contrapontística, seu magnum opus, escrito em 1910. A obra traz no seu cerne o "Contrapunctus 14" (deixada incompleta) da Arte da Fuga, que é trabalhado, expandido e reimaginado por Busoni à luz das tendências musicais modernas. Emocionante e intelectualmente instigante, a composição será ouvida neste concerto em transcrição orquestral do maestro Ira Levin, 100 anos após a morte do compositor.
Uma homenagem musical à Itália não seria completa se não abarcasse o universo operístico: para a parte central do programa, a OSB recebe a destacada soprano Eliane Coelho, que interpreta duas árias célebres. A primeira delas é a trágica "L’altra notte in fondo al mare", da ópera Mefistófele, de Arrigo Boito, na qual a personagem Margherita canta seu desalento enquanto aguarda seu trágico destino. Em seguida, a orquestra apresenta o "Intermezzo" do ato III de Manon-Lescaut, de Giacomo Puccini que, embora breve, encapsula o clima geral da ópera, com passagens de sombrio desespero e de tranquilidade melancólica. Para encerrar este bloco emocionante, Eliane Coelho canta "Tu tu, piccolo iddio", um dos momentos de maior carga emocional da da ópera Madame Butterfly, também de Puccini.
O concerto chega ao fim com o Festival Romano, de Ottorino Respighi (1879 - 1936). O estonteante poema sinfônico – o último de um tríptico dedicado à Cidade Eterna – foi escrito entre 1926 e 1928 e traduz em música uma sequência de cenas do passado italiano. O próprio compositor assinou o prefácio da partitura, indicando o caráter evocativo de cada um dos movimentos. Em "Circenses", uma fanfarra vertiginosa dos metais lança o ouvinte em meio a um combate injusto entre mártires e feras. Ao tema sombrio das vítimas e ao rugido feroz dos animais se soma o clangor da multidão, o que dá ao movimento um vigoroso efeito total. "O Jubileu", em contraste, explora a dura jornada dos peregrinos medievais em direção a Roma. Conforme os viajantes se aproximam da cidade, a instrumentação ganha cores e texturas especiais, com metais, madeiras e percussão recriando o repique dos sinos. Em "O Festival de Outubro", danças, serenatas e canções de amor indicam que é tempo de celebrar a colheita. O gran finale do poema sinfônico é "Epifania", que retrata as algazarras e a aglomeração do povo antes da festa da befana. Uma riqueza espantosa de temas e motivos populares se intercruzam em uma tapeçaria sonora de apelo cinematográfico, concluindo a obra em chave de ouro.
A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 83 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo àCultura, tem o Instituto Cultural Vale como Mantenedor Amazônia, Shell como Patrocinador Cerrado, NTS - Nova Transportadora do Sudeste como Patrocinador Mata Atlântica, Itaú - Redecard e Volvo como Patrocinadores Caatinga, Brookfield e Sergio Bermudes Advogados como Patrocinadores Pampa, CYMI como Patrocinador Pantanal e Bradesco como Patrocinador da Série Mundo, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais.