Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale apresentam
Orquestra Sinfônica Brasileira estreia Série Territórios com concerto dia 13 de março, na Cidade das Artes
O bandolinista Hamilton de Holanda é o solista do espetáculo que conta com regência de Wagner Polistchuk
No ciclo que leva o nome da temporada da Orquestra Sinfônica Brasileira, a Série Territórios, os programas contarão com obras ligadas à origem do intérprete ou do compositor ou à narrativa que o autor utiliza na peça, fortalecendo a noção de pertencimento e saberes do povo. Na apresentação inaugural, dia 13 de março, na Cidade das Artes, o repertório explora algumas das produções do compositor e bandolinista Hamilton de Holanda, solista do concerto. O maestro Wagner Polistchuk assume a regência do espetáculo, que conta também com obras de Camargo Guarnieri e Heitor Villa-Lobos.
Três compositores, três obras, três narrativas musicais. O programa deste concerto da Série Territórios – ciclo cujo título também dá nome à temporada 2024 da Orquestra Sinfônica Brasileira – destaca a produção de Camargo Guarnieri, de Heitor Villa-Lobos e de Hamilton de Holanda. O espetáculo propicia uma imersão na diversidade e na inventividade da música brasileira e conta com a regência do maestro Wagner Polistchuk. O próprio Hamilton de Holanda sobe ao palco como solista de sua obra, arranjada em versão orquestral por André Mehmari.
Escrita em 1942 e dedicada ao americano Aaron Copland, a Abertura Concertante é uma que representa de forma exemplar o estilo geral de Camargo Guarnieri. Nela convivem tanto o apelo e o entusiasmo nacionalista – traço tão fundamental da produção do compositor – quanto o seu esmero e a a sua sofisticada concepção formal. A obra se assenta sob um esquema ABA, com desenhos rítmicos fulgurantes e uma exploração vigorosa dos instrumentos. A abertura tem início com um gingado poderoso no qual cordas, tímpano e sopros tecem um hipnotizante jogo musical. É a trompa que realiza a transição entre o bloco inicial e a comovente seção central, que se caracteriza por seu alto teor expressivo. Em seguida, o clima festivo de início retorna mais uma vez, fechando a abertura em nota enérgica.
Na Paris de 1959, Villa-Lobos escrevia aquela que seria a sua última obra orquestral: a Suíte No. 2 A opulência das sinfonias e mesmo de algumas bachianas não estão presentes aqui: a Suíte II é, antes, uma obra intimista, cuja engenhosidade reside mais nas transparência das texturas do que na rutilância orquestral. Com exceção do "Scherzo", todos os movimentos da composição apresentam títulos de caráter nacionalista. A suíte começa em uma atmosfera sombria, com um "Lamento" plangente introduzido pelos violoncelos. Esse expansivo Andante Cantabile é sucedido por um scherzo que, apesar de espirituoso e colorido, não abre mão do enternecimento. Em seguida entra em cena o "Passeio", cujo conteúdo musical é terno e cativante. A "Canção Lírica", movimento seguinte, impressiona pela sua graciosidade e faz um comovente uso dos sopros. Em um poderoso efeito circular, a suíte se encerra com um Poco Moderato de título "Macumba", no qual o sortilégio musical retoma os ares assombrosos do primeiro movimento.
Desbravando um novo caminho dentro do repertório da música brasileira, o compositor Hamilton de Holanda escreveu em 2013 nada menos do que 24 caprichos para o bandolim de 10 cordas. A ideia para a empreitada surgiu como um desafio de criatividade, mas logo se converteu em um projeto ambicioso que ganharia o Prêmio da Música Brasileira e seria indicado ao Grammy Latino. Com influências diversas – que vão de Paganini a Pixinguinha – o compositor tinha em mente um objetivo bem definido: consorciar virtuosismo e beleza, instigando instrumentistas e proporcionando ao ouvinte uma experiência sonora de força poética. Sete dos 24 Caprichos ganharam orquestração primorosa do compositor e arranjador André Mehmari e serão apresentados ao público pela primeira vez neste concerto da OSB.
A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 83 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como Mantenedor Amazônia, Shell como Patrocinador Cerrado, NTS - Nova Transportadora do Sudeste como Patrocinador Mata Atlântica, Itaú - Redecard e Volvo como Patrocinadores Caatinga, Brookfield e Sergio Bermudes Advogados como Patrocinadores Pampa, CYMI como Patrocinador Pantanal e Bradesco como Patrocinador da Série Mundo, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais.
PROGRAMA
CAMARGO GUARNIERI – Abertura Concertante
HEITOR VILLA-LOBOS – Suíte nº2 para Orquestra de Câmara
I. Lamento (Andante Cantabile)
II. Scherzo (Vivace)
III. Passeio (Andantino Quasi Allegretto)
IV. Canção Lírica (Poco Moderato)
V. Macumca (Poco Moderato)
- intervalo
HAMILTON DE HOLANDA – Caprichos para Bandolim (arranjo André Mehmari)
● Capricho do Carmo
● Capricho de Pixinguinha
● Capricho de Espanha
● Capricho de Raphael
● Capricho de Santa Cecília
● Capricho do Sul
● Capricho nº 24 + Variações