Almodóvar, um dos maiores, se não o maior cineasta espanhol, será o objeto de discussão desse ciclo de encontros do Cine Artes. Com uma filmografia única e marcada por sua estética própria com cores fortes e personagens que beiram o surreal, o cineasta que já passou por indicações e prêmios internacionais, investe na presença feminina, explora as fronteiras da sexualidade e cria um universo autoral repleto de paixões.
Vamos começar com seu mais novo lançamento, Mães Paralelas e seguiremos apresentando o autor por mais quatro obras, Carne Trêmula, Volver, Fale com ela e A pele que habito. Para quem já é amante de Almodóvar é uma ótima oportunidade para debater sobre sua obra, para quem está conhecendo será um momento para mergulhar um pouco mais em seu universo dramático.
30/03 – Mães Paralelas (2021)
Em Mães Paralelas, duas mulheres, Janis (Penélope Cruz) e Ana (Milena Smit), dão a luz no mesmo dia e no mesmo hospital. Janis, de meia idade, teve a gravidez planejada e já se sente preparada e eufórica para ser mãe. Ana, adolescente, engravidou por acidente e sente medo do que está por vir, além de estar assustada, arrependida e traumatizada. As duas enfrentam essa jornada como mães solos, e enquanto esperam pela chegada de seus bebês, elas passeiam pelos corredores do hospital, trocando confissões e desabafos. Ao dividir não só o mesmo quarto de hospital, como também esse momento tão transformador e intenso de suas vidas, elas constroem um vínculo muito profundo e esse encontro por acaso, pode mudar a vida de ambas para sempre, como um forte laço unido pela maternidade.
(Fonte: adorocinema)
13/04 – Carne Trêmula (1998)
Madri, janeiro de 1970. Uma prostituta tem um filho em ônibus, quando tentava chegar na maternidade. O bebê se chama Victor. Após vinte anos, Victor (Liberto Rabal) está começando sua vida adulta e tenta se encontrar com Elena (Francesca Neri), desconhecida com quem, uma semana antes, teve um fugaz encontro.
(Fonte: adorocinema)
01/06 – Volver (2006)
Raimunda (Penélope Cruz) é uma jovem mãe, trabalhadora e atraente, que tem um marido desempregado e uma filha adolescente. Como a família enfrenta problemas financeiros, Raimunda acumula vários empregos. Sole (Lola Dueñas), sua irmã mais velha, possui um salão de beleza ilegal e vive sozinha desde que o marido a abandonou para fugir com uma de suas clientes. Um dia Sole liga para Raimunda para lhe contar que Paula (Yohana Cobo), tia delas, havia falecido. Raimunda adorava a tia, mas não pode comparecer ao enterro pois pouco antes do telefonema da irmã encontrou o marido morto na cozinha, com uma faca enterrada no peito. A filha de Raimunda confessa que matou o pai, que estava bêbado e queria abusar dela sexualmente. A partir de então Raimunda busca meios de salvar a filha, enquanto que Sole viaja sozinha até uma aldeia para o funeral da tia.
(Fonte: adorocinema)
15/06 – Fale com Ela (2002)
Em Madri, vive Benigno Martin (Javier Cámara), um enfermeiro cujo apartamento fica em frente a academia de balé comandada por Katerina Bilova (Geraldine Chaplin). Ele fica na janela da sua casa observando os ensaio com especial atenção a uma das estudantes de Katerina, Alicia Roncero (Leonor Watling). Quando Alicia é ferida em um acidente de carro, acaba internada no hospital onde ele trabalha. Benigno cuida dela, em coma, com um cuidado acima do normal.
(Fonte: adorocinema)
29/06 – A Pelo que Habito (2011)
Roberto Ledgard (Antonio Banderas) é um conceituado cirurgião plástico, que vive com a filha Norma (Blanca Suárez). Ela possui problemas psicológicos causados pela morte da mãe, que teve o corpo inteiramente queimado após um acidente de carro e, ao ver sua imagem refletida na janela, se suicidou. O médico de Norma acredita que esteja na hora dela tentar a socialização com outras pessoas e, com isso, incentiva que Roberto a leve para sair. O cirurgião pensa que a filha foi estuprada e elabora um plano para se vingar do suposto estuprador.
(Fonte: adorocinema)
Sobre os idealizadores do projeto
Marcele Frossard
é assessora de políticas sociais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. É doutora em Ciências Sociais (Uerj) e mestre em Ciências Sociais (PUC-RJ). É pesquisadora nas áreas de sociologia da educação, sociologia da violência, sociologia da juventude e políticas públicas. É pesquisadora vinculada ao Laboratório de Análise da Violência (LAV-Uerj), da Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES), e ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Sociologia da Educação (Uerj). Também atuou em pesquisas junto ao Observatório de Favelas e ao Instituto de Estudos da Religião (ISER) sobre homicídio na adolescência no Rio de Janeiro. Pesquisa discursos de atores do terceiro setor em políticas educacionais, especialmente sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e a relação com pensamento político brasileiro e o pensamento liberal.
Eduardo Oliveira
é doutor e mestre em ciências sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Uerj. Professor do Departamento de Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS-UFRJ). Suas principais áreas de interesse são o cinema e a literatura, em particular a antropologia das emoções, as teorias da modernidade e as narrativas ficcionais. Publicou Teorias e práticas do poder como violência: reflexões a partir de Benjamin, Derrida e Agamben (2017), Reflexões sobre o tempo e as emoções na antropologia: definições, práticas e políticas (2020), Dimensões políticas e linguísticas do exílio em escritores centro-europeus do século XX (2020) e Cultura e barbárie em 2666: as antíteses do tempo em Roberto Bolaño (2021- no prelo).