O CineCringe convida todas as gerações a revisitar, o cinema dos anos 2000, inspirados pelo debate recente envolvendo as diferenças entre os Millenials (nascidos entre 1980 e 1995) e a Geração Z (nascidos entre 1996 e 2010). Além de promover o diálogo entre gerações, a proposta é levantar reflexões a partir das obras cinematográficas da virada do milênio e sua possibilidade de dialogar com questões contemporâneas, tomando como foco os dramas dos personagens e suas escolhas.
Para toda uma geração, essa época significou o triunfo da autonomia e da liberdade abertas a um futuro que cabe ao indivíduo escolher. É nesse espirito que, em 2021, convidamos para uma reflexão sobre a cultura da virada do milênio. Ao revisitar o cinema dos anos 2000, podemos identificar sentimentos, modos de se comportar, linguagens e traços estéticos característicos de um tempo específico, um tempo aparentemente próximo, mas radicalmente transformado em termos culturais.
Os encontros serão mediados por Marcele Frossard e Eduardo Oliveira.
16/12 – Na natureza selvagem (2008)
Em 1992, o jovem Christopher MacCandless chega a uma área remota no interior da Reserva Nacional de Denali, no Alasca. A quietude e o contato com a natureza instauram um ambiente de refúgio, a paz que tanto seduz o individuo moderno, longe do solavanco das metrópoles e zonas urbanas. Onde o isolamento encontra seus dilemas, o filme dirigido por Sean Penn tematiza a necessidade humana de buscar sentido em nossas vidas, assim como os dilemas da vida em sociedade.
09/12 - Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004)
Nos impasses entre a memória e o esquecimento, o que permanece após o fim de um amor? Nesta obra de Michael Gondry, o casal Clementine e Joel se submete a uma tecnologia de apagamento das más recordações do seu relacionamento, momento em que um se encontra totalmente fora das recordações do outro. Ao escolher fazer o mesmo, Joel revive momentos passados ao lado de Clementine, reacendendo um sentimento de dúvida em relação ao fim do amor. A volatilidade do amor e a desumanização das relações são temas desse clássico dos anos 2000, vencedor do Oscar de melhor roteiro original e melhor atriz, para Kate Winslet.
EVENTOS ANTERIORES
18/11/21 - O Tigre e o Dragão (2000)
Até que ponto o amor pode se curvar diante da lealdade? Até que ponto o desejo de liberdade pode contaminar a pureza de um coração? Em O Tigre e o Dragão, filme vencedor de 4 Oscars, acompanhamos os destinos de três personagens em busca da realização de suas vontades, entre a tradição da China do Século XIX e os desejos individuais. Dirigido por Ang Lee, o filme levanta as tensões entre a honra e a liberdade a partir das consequências das escolhas no contexto da última dinastia de um império.
11/11/21 - Matrix (1999)
O que é a realidade no mundo em que vivemos? Enquanto a atualidade nos provoca cada vez mais a abandonar os conceitos que o mundo nos apresenta como verdades, o CineCringe convida a revisitar Matrix, filme dirigido pelas irmãs Lily e Lana Wachowski, de 1999. Na obra, as pessoas vivem dentro de uma simulação criada artificialmente, na qual são prisioneiras da realidade. Consagrado por toda uma geração, Matrix até hoje inspira teorias e debates entre as mais variadas orientações políticas e culturais. Matrix é conservador ou progressista? Realiza uma crítica ou faz uma apologia? Essas e outras perguntas estarão no debate. Aguardamos vocês!
04/11/21 - Beleza Americana (1999)
Todos os dias, somos confrontados por um conjunto de regras sociais, seja no trabalho, na família e nas relações com as pessoas que nos cercam. Aprisionamento e fuga poderiam formar a síntese dos esforços cotidianos do indivíduo no mundo moderno, em sua infindável luta pelo exercício de sua liberdade. Onde está a beleza dessa luta silenciosa, na qual todos nós travamos, entre satisfações e angústias? No dia 88 de setembro, às 18h, a Cidade das Artes convida todas as gerações a revisitar Beleza Americana, dirigido por Sam Mendes e vencedor de 5 Oscars.
SOBRE OS MEDIADORES
Marcele Frossard
é assessora de políticas sociais da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. É doutora em Ciências Sociais (Uerj) e mestre em Ciências Sociais (PUC-RJ). É pesquisadora nas áreas de sociologia da educação, sociologia da violência, sociologia da juventude e políticas públicas. É pesquisadora vinculada ao Laboratório de Análise da Violência (LAV-Uerj), da Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES), e ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Sociologia da Educação (Uerj). Também atuou em pesquisas junto ao Observatório de Favelas e ao Instituto de Estudos da Religião (ISER) sobre homicídio na adolescência no Rio de Janeiro. Pesquisa discursos de atores do terceiro setor em políticas educacionais, especialmente sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e a relação com pensamento político brasileiro e o pensamento liberal.
Eduardo Oliveira
é doutor e mestre em ciências sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Uerj. Professor do Departamento de Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS-UFRJ). Suas principais áreas de interesse são o cinema e a literatura, em particular a antropologia das emoções, as teorias da modernidade e as narrativas ficcionais. Publicou Teorias e práticas do poder como violência: reflexões a partir de Benjamin, Derrida e Agamben (2017), Reflexões sobre o tempo e as emoções na antropologia: definições, práticas e políticas (2020), Dimensões políticas e linguísticas do exílio em escritores centro-europeus do século XX (2020) e Cultura e barbárie em 2666: as antíteses do tempo em Roberto Bolaño (2021- no prelo).