CAMERATA VOCAL E ORQUESTRA DE CÂMARA DA ACC
A Ópera Theodora, uma obra prima de G. F. Haendel, estreia na Cidade das Artes com a Camerata Vocal e a Orquestra de Câmara da Associação de Canto Coral. Helen Heinzle, soprano do Theatro Municipal, interpreta Theodora. Entre os músicos da Orquestra de Câmara, destaque para João Rival (cravo), Marcelo Salles (violoncelo), Leonardo de Uzeda (contrabaixo) e o maestro Jésus Figueiredo (órgão).
“Esta ópera é um conto da Roma antiga que fala aos nossos corações, de maneira atual sobre a inocência, o amor, a fé, o ódio e a sede do poder”, explica o diretor musical da ACC, Jésus Figueiredo. Com um olhar contemporâneo, a obra do século XVIII, trata também de temas como opressão, liberdade de escolha e empoderamento feminino.
Este oratório dramático, encenado como ópera, baseia-se na história verdadeira sobre a opressão religiosa de uma cristã do século IV que defende suas crenças religiosas. Ela desafia um decreto do governo de Roma e se nega a participar de uma festa pagã. Theodora é condenada a se prostituir e diz preferir morrer. Ajudada por um soldado a fugir, vê seu amado condenado à morte.
Composta em 1749, Theodora se difere dos demais oratórios por ser uma tragédia, onde finaliza com a morte da heroína e do soldado que a amava e se converteu ao cristianismo. Thomas Morell, autor do libreto da obra, dizia que o compositor considerava o coro final do segundo ato, “He saw the lovely youth”, superior mesmo ao seu famosíssimo “Hallelujah” de O Messias.
Os coros dos pagãos romanos, apresentados no libreto como pessoas más que se gabam da tortura dos cristãos, são intensos, ruidosos e expansivos, enquanto os coros dos cristãos são introspectivos, levando à reflexão sobre os temas religiosos e a opressão que sofriam.