Wilhelm Richard Wagner nasceu no dia 22 de maio de 1813 em Leipzig, na Saxônia (anteriormente à unificação da Alemanha).  Advindo de uma família judia, seu pai era funcionário da polícia e sua mãe, filha de um padeiro. Seu pai morreu seis meses após seu nascimento e sua mãe casou-se novamente  com o ator e dramaturgo Ludwig Geyer, com o qual foram morar em Dresden.

Wagner cresceu em um ambiente artístico, embora não marcadamente musical. Sua mãe também fora atriz amadora, e Geyer era também pintor. Antes de falecer, em 1821, Geyer já havia percebido o talento musical do menino, embora seus estudos tenham sido esparsos e irregulares. Em 1827, a família volta para Leipzig, onde existia uma grande orquestra, a Gewandhaus. Influenciado (para muitos, obcecado) pela obra de Beethoven, Wagner começa a compor seriamente.

Sua primeira ópera fica pronta em 1834, embora só vá ser executada após sua morte em 1888. Assim como suas obras posteriores, Wagner iniciou com um libreto em prosa (escrito por ele próprio), para depois versificá-lo e compor a música. Acumulando dívidas, Wagner teve que abandonar a Alemanha, indo para Riga, na Letônia, e - para fugir de novos credores - eventualmente a Paris.

Em Paris, Wagner teve contato com compositores como Liszt e Meyerbeer. O último se impressionou com o jovem e escreveu inúmeras cartas de recomendação para teatros da Alemanha, conseguindo em 1842 que Wagner voltasse ao país e apresentasse sua terceira ópera, Rienzi, no teatro da corte de Dresden. O compositor foi nomeado regente da ópera real, posto em que ficou até 1849.

O casal vai, então,  morar na mansão de um novo benfeitor do compositor, com cuja mulher Wagner inicia um caso. Esse caso irá inspirar sua obra mais famosa, O Anel de Nibelungo, que foi iniciada já em 1848 e consumiria 26 anos para ser finalizada. Após Minna descobrir, eles se separam e Wagner segue para Veneza.

Em 1860, depois de circular a Europa, o músico finalmente consegue um perdão para seu exílio de Luís II, rei da Baviera, e volta à Alemanha. Nos próximos anos, viveu de maneira confortável, até que os altos gastos da corte com o compositor o forçam a voltar à Suíça com Cosima, sua nova mulher e filha de Liszt. Com ela, Wagner teria 3 filhos. Durante esse período fora da Alemanha, no entanto, sua pensão paga pelo rei Luís II continuava a chegar. É lá que o músico conhece e se torna íntimo amigo do filósofo Friederich Nietzsche.

Convencido da necessidade de um teatro especial para encenar O Anel de Nibelungo, Wagner convence Luís II a construir o Teatro Bayreuth, que será inaugurado em 1876 com a apresentação da tetralogia completa. Os primeiros atos no entanto, já haviam sido encenados em 1869 e 1870, quando foram recepcionados com entusiasmo devido aos temas bélicos. A região passava, nesse momento, pela sua Guerra de Unificação. Após a vitória das tropas prussas de Bismarck, no entanto, Luís II pôde manter sua coroa, tendo apenas que se ajoelhar ao Kaiser (ou imperador) alemão. O projeto do teatro é levado à frente. A estreia da obra no primeiro Festival de Bayreuth viu um enorme fluxo de pessoas influentes de todo o mundo. Entre eles, vale citar Guilherme I, imperador da Alemanha, Luís II, Nietzsche, Liszt e até Pedro II, imperador do Brasil.

Ao terminar Parsifal, sua última ópera, em 1882, Wagner tem seu primeiro ataque cardíaco. Nessa época, ele deixa Bayreuth e se estabelece em Veneza. Lá ele passa seus últimos anos até que, em 13 de janeiro de 1883, morre junto a sua mulher e filhos, deixando um legado eterno que se estende da música clássica, passando pelas trilhas de filme (com seus Leitmotiv, frases musicais que se tornam temas de personagem dentro de uma narrativa) ao Heavy Metal, chegando até mesmo à literatura e a filosofia. A “Cavalgada das Valquírias”, da tetralogia Anel de Nibelungo, é uma das mais reconhecidas músicas da história do cinema.