Notícias » Pixinguinha
Abril de 2014
Pixinguinha
Segundo o crítico e historiador Ary de Vasconcelos se você tiver apenas uma palavra para descrever a Música Popular Brasileira, escreva Pixinguinha.
O instrumentista, compositor, arranjador e maestro, estreou nos discos com apenas 13 anos de idade já revolucionando na interpretação do choro. Em 1911, quando a produção fonográfica começava no Brasil. Talvez por ser jovem, Pixinguinha não se deixou amedrontar pela parafernália dos estúdios e, com toda a segurança, tocou como um virtuose.
Caçula de muitos irmãos, Pixinguinha era filho da elite musical carioca. Seu pai, o flautista Alfredo da Rocha Viana foi quem lhe introduziu à flauta ainda na infância, levando-o a estudar com grandes professores da época. Em 1911 conheceu seus grandes amigos da vida inteira, Donga e João da Baiana na orquestra do Rancho Carnavalesco Filhas da Jardineira.
Aluno do colégio São Bento, antes dos 15 anos já tinha o seu primeiro emprego com músico, na A Concha, uma casa na Lapa.
Alfredo da Rocha Viana Filho, recebeu o apelido que lhe deu o nome artístico de sua avó africana e o significado ficou perdido. Ele era um dos principais músicos nas rodas de choro da casa de Tia Ciata, onde o choro corria na sala e o samba no terreiro.
Em 1918, formou junto com Donga o grupo Oito Batutas, para tocar na sala de espera do cinema Palais. Esse conjunto viajou o Brasil, passou meses na França e foi, também, à Argentina. Os arranjos de Pinxinguinha chamaram a atenção de gravadoras cansadas da mesmice dos maestros estrangeiros que não entendiam a bossa da MPB.
Na década de 1940 trocou a flauta pelo saxofone que ganhou quando na sua turnê pela França. Ele nunca explicou o porquê dessa troca, mas foi um período maravilhoso para o choro, especialmente por suas interpretações com esse instrumento.
Seu primeiro LP foi gravado em 1955, com seus músicos e amigos e esse foi um momento muito marcante na sua vida, o disco recebeu o nome “Velha Guarda”. Compôs com Vinícius de Morais as canções do filme “Sol Sobre a Lama”, de Alex Viany, em 1961.
Em 17 de fevereiro de 1973, sofreu o derradeiro infarto e nos deixou. A Banda de Ipanema que se preparava para desfilar nesse dia se dissipou, e o carnaval foi menos alegre nesse ano.
Deixo diversas canções, eternas, como Rosa e Carinhoso, que ainda hoje derretem os nossos corações.
O Dia do Choro é amanhã, no dia de seu aniversário, 23 de abril. Viva Pixinguinha!
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